quinta-feira, 9/maio/2024
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Polícia cumpre prisões e buscas a advogados e policial que se associou a presos em Cuiabá e Sinop

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Redação Só Notícias (atualizado 14h02 - fotos: Só Notícias/Fabiano Marques e assessoria)

A Polícia Civil de Tapurah deflagrou, hoje, a Operação Gravatas, para cumprir 16 ordens de prisões preventivas e buscas e apreensões a quatro advogados, um policial militar e três homens apontados como líderes de uma facção criminosa que estão custodiados no sistema prisional. Os mandados são cumpridos em Sinop e Cuiabá. Durante o cumprimento dos mandados foram apreendidos, na casa de uma advogada em Cuiabá, em torno de R$ 100 mil. Inicialmente, a Polícia Civil informou que a apreensão de dinheiro havia sido em Sinop e, posteriormente, corrigiu e esclareceu que ocorreu em Cuiabá.

As ordens de prisão e de buscas contra os presos já custodiados foram cumpridas no Sistema Penitenciário em Cuiabá. O delegado Guilherme Pompeo também confirmou que o soldado da Polícia Militar foi preso em Sinop. Também foram presos em Sinop um advogado e uma advogada, e em Cuiabá também um homem e uma mulher. O cumprimento das ordens judiciais contra os advogados foi acompanhado pelo Tribunal de Prerrogativas da OAB-MT. A informação é da assessoria da Polícia Civil.

A investigação apurada pela equipe policial de Tapurah, apontou a “existência de uma organização criminosa com a participação dos advogados e do policial militar. Os relatórios de investigação policial, que reúnem mais de mil páginas, detalham a conduta dos investigados e que cada advogado tinha uma tarefa bem definida em benefício da organização criminosa”, detalhou a polícia, através da assessoria.

A investigação, segundo a assessoria da Polícia Civil, apontou que os líderes da facção criminosa se associaram de forma estruturalmente ordenada aos quatro advogados, que representavam o braço jurídico do grupo, e havia uma clara divisão de tarefas a fim de obterem vantagem de natureza financeira e jurídica, entre outras, com a prática de crimes como o tráfico de drogas, associação ao tráfico, tortura e lavagem de capitais.

O delegado responsável pela investigação, Guilherme Pompeo, pontuou que o braço jurídico atuou à margem da lei e sem respeitar os princípios éticos que regem a entidade da categoria. “Não se trata da instituição democrática do direito de defesa em essência, que encontra respaldo nos direitos fundamentais da Constituição da República, mas sim de verdadeira associação voluntária dos juristas à organização criminosa”, destacou, através da assessoria.

A investigação também apurou ainda que “os advogados realizaram diversas tarefas para além da atividade jurídica legal, ou seja, atuaram à margem da lei com o propósito de embaraçar investigações policiais, repassar informações da atuação policial em tempo real, auxiliar em crimes graves, como tortura, realizando o levantamento de dados das vítimas. Ainda intermediaram a comunicação entre os líderes da organização criminosa, que estão presos, com outros integrantes que estão soltos”.

O grupo criminoso contou ainda com a ajuda de um policial militar em Sinop, identidade não divulgada pela Polícia Civil, que “enviou ilegalmente dezenas de boletins de ocorrência para os advogados. Os boletins depois eram encaminhados aos líderes da facção criminosa que se encontram no sistema penitenciário. Em tempo real, aqueles que mantinham a organização e o controle do tráfico de drogas conseguiam informações sobre a atuação policial, tanto da Polícia Civil quanto da Militar”, informa a assessoria da Polícia Civil

O delegado Guilherme Pompeo detalhou que a investigação apurou uma estrutura entre os advogados, policial e as lideranças da organização criminosa. “Cada advogado, o policial militar e cada um dos envolvidos tem uma (função) dentro da estrutura ordenada, eles têm uma tarefa específica, até entre os próprios advogados, um era o líder daqui de Sinop, que tinha comunicação com as lideranças da facção e os outros advogados estavam subordinados a ele, um somente a audiência de custódia, a outra advogada fazia o acompanhamento processual e a outra advogada de Cuiabá realizava diligências in loco dentro da delegacia”, contou, em entrevista coletiva.

Ainda de acordo com a assessoria, a equipe da Delegacia de Tapurah apurou ainda o número de pessoas que a banca de advogados defendeu nos últimos dois anos. O advogado de Sinop representou 205 clientes neste período e, destes, 168 eram ligados a uma facção criminosa com envolvimento por tráfico de drogas, roubos, homicídios, ou seja, 81,95% de criminosos violentos.

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