A Secretaria de Segurança acaba de divulgar balanço da segunda fase da operação "Grená", iniciada esta manhã para cumprir 267 ordens judiciais, sendo 28 mandados de prisão, 35 buscas e apreensão e 204 medidas cautelares, contra membros da facção criminosa denominada "Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT), que ordena diversos crimes de dentro de presídios do Estado. Foram cumpridos 213 dos mandados e medidas cautelares
As medidas cautelares restringem os investigados a uma série de benefícios, que uma vez descumpridos terão as cautelares convertidas em prisão preventiva. Mesmo os que estão presos passaram a ter um novo mandado de prisão cumprido significa aumento de pena, caso seja condenado, mudança de regime para um mais rígido, perda de benefícios dentro da unidade prisional e até remoção para outra penitenciária.
O secretário Executivo de Segurança, Fábio Galindo Silvestre, enfatizou a dureza e o rigor do Poder Judiciário no deferimento de medidas judiciais para atender as investigações policiais. "Tem se mostrado muito sensível às investigações de combate ao crime organizado e temos a absoluta confiança que assim será ao longo do processo e no julgamento dessas pessoas", destacou, informando que outras grandes operações serão deflagradas com a integração das forças policiais.
A facção do Comando Vermelho em Mato Grosso foi criada no interior da Penitenciária Central do Estado (PCE) pelo detento Sandro da Silva Rabelo, conhecido como “Sandro Louco" e teria 311 membros identificados nas investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado, Delegacia Especializada de Entorpecentes e Diretoria de Inteligência da Polícia Civil.
O delegado Juliano Silva Carvalho, um dos coordenadores da operação, explicou que as medidas cautelares proíbem os investigados do uso de telefones e aplicativos, de frequentar unidades prisionais na qualidade de visitante, de manter contato com os demais integrantes da quadrilha, seja físico, por telefone ou por meio digital. E os obriga ao comparecimento periódico em juízo, recolhimento domiciliar no período noturno e manter o endereço atualizado. "Havendo quebra dessas cautelares serão convertidas em prisão preventiva. Mesmo os reclusos", destacou.
O delegado geral Adriano Peralta Moraes disse que a operação envolveu mais de 250 policiais civis, entre delegados, investigadores e escrivães, de todas as diretorias da Polícia Judiciária Civil, na capital e no interior, que mesmo mobilizados no último domingo para a segurança durante as manifestações populares, um dia depois, estavam todos motivados para o cumprimento de mandados na operação Grená. "Isso demonstra o grande comprometimento da PJC e novas operações vêm por aí no combate à corrupção e ao crime organizado", afirmou.
Na primeira fase da operação Grená, em 30 de abril de 2014, a justiça decretou 41 mandados de prisão contra integrantes e colaboradores da facção criminosa.
Uma lista com 311 nomes, todos membros cadastrados e "batizados" pela facção criminosa do Comando Vermelho de Mato Grosso "CV-MT" foi identificada nas investigações da Polícia Civil. Os dados estavam em dois pendrives apreendidos em poder de Bruna Santos Xavier, esposa de Renato Sigarine, o "Vermelhão", segundo homem na ordem de comando da facção Comando Vermelho de Mato Grosso.
De acordo com a Polícia Civil, a adesão em uma facção criminosa deixa clara a intenção de obter vantagem, como para se beneficiar de proteção e/ou tratamento diferenciado entre os presos dentro do Sistema Prisional. "As vantagens verificadas pela investigação vão além do interesse econômico, pois a filiação à facção lhes garante benesses como assistência jurídica de advogados e proteção à família dos presos que se filiam, não somente moral e assistencial, mas também financeira", destacou o delegado Flávio Henrique Stringueta.
A informação é da assessoria.