A Polícia Civil deflagrou, hoje, uma operação para desarticular uma associação criminosa envolvida na criação de empresas fictícias e emissão de notas fiscais para regularização de madeiras extraídas ilegalmente em Juína (487 quilômetros de Sinop). Na ação foram cumpridas dez ordens judiciais, sendo cinco mandados de busca e apreensão e cinco conduções coercitivas.
As buscas foram cumpridas no prédio em que funcionavam as empresas de “fachada”, na região central da cidade, no escritório de contabilidade das empresas e nas residências dos investigados. Foram apreendidos, computadores, HDs, e documentos, notas fiscais, guias florestais, entre outros materiais que comprovavam a atividade ilícita.
De acordo com a assessoria, entre as pessoas que foram conduzidas às delegacia estão um contador e a funcionária de uma madeireira. Os suspeitos foram interrogados e responderão em inquérito policial por crime ambiental e contra a ordem tributária. Os trabalhos foram realizados em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Ministério Público Estadual.
As investigações da Polícia Civil em parceria com o Ministério Público iniciaram há cerca de um ano, identificando os suspeitos de montar empresas de fachada, constituídas em nome de terceiros. Nessas empresas, eram emitidas notas fiscais para vendas de madeiras por metros cúbicos, beneficiando madeireiras na venda de madeira extraída ilegalmente. Para praticar o crime, a associação criminosa alugou um prédio, em que funcionava as empresas irregulares, que de acordo com as investigações, tinham vultuoso movimento financeiro.
Segundo o delegado regional de Juína, José Carlos de Almeida Júnior, nessa primeira fase da investigação foram identificados as pessoas que atuavam nas empresas, porém ainda devem ser identificados e ouvidos empresários madeireiros que se beneficiavam da fraude.
“Após quase um ano de investigações, conseguimos identificar essa associação criminosa que criava empresas fraudulentas, em que lesavam a ordem tributária e praticavam crimes ambientais, recebendo de empresários grandes quantias para emissão de notas fiscais, usadas para 'esquentar' madeiras de origem ilícita”, destacou o delegado.