A Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) da Polícia Civil de Mato Grosso, deflagrou, hoje, a Operação Gota d’Água para desarticular uma organização criminosa instalada na Diretoria Comercial do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande. São cumpridos 123 mandados judiciais (sendo 11 de prisões preventivas e 18 ordens de suspensão de exercício da função pública), expedidos pelo Juízo do Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo). Em relação apenas às duas últimas espécies de fraudes, a estimativa é que desde 2019, a autarquia tenha sofrido um prejuízo de aproximadamente R$ 11,3 milhões.
“A principal medida é a determinação de intervenção imediata na diretoria comercial do DAE, com o objetivo de restabelecer a prestação regular e efetiva do serviço público de abastecimento de água e esgoto, que foi cooptado pelo grupo criminoso”, diz a polícia. O vereador Pablo Pereira (União), diretor do Departamento de Águas, foi preso e prestou depoimento delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) negando as acusações. Ele foi afastado das funções. Foram afastados das funções 15 servidores da Diretoria Comercial do DAE, um servidor da câmara de Vereadores, um funcionário de uma empresa terceirizada que presta serviços.
Entre as ordens judiciais estão 25 mandados de busca e apreensão domiciliar e pessoal em endereços vinculados a 22 pessoas investigadas. Também foram determinadas cinco medidas cautelares diversas contra 11 investigados (dentre os quais, sete são servidores da Diretoria Comercial do DAE e um é ex-servidor do mesmo setor). As principais são: proibição de manterem contato entre si e com os demais investigados; acessar os prédios e dependências do DAE e de manterem contato e se aproximarem das testemunhas. Foi determinado o sequestro de 6 imóveis e 26 veículos, além do bloqueio de valores das contas dos 22 investigados no valor do prejuízo estimado.
Durante a investigação da Deccor foi identificada a cobrança de valores, por servidores públicos, para a execução de serviços que eram devidos pelo DAE aos consumidores. Auditorias ainda revelaram prejuízos para a autarquia em razão da exclusão ilegal de débitos e também em razão de diminuição indevida de valores de faturas, tudo mediante recebimento de dinheiro por servidores. Outra providência determinada pelo Nipo foi a realização de auditoria em todas as modificações de valores de contas de água que foram feitas pela Diretoria Comercial do DAE-VG, desde 2019.
A pedido da Polícia Civil, a Justiça também proibiu a prefeitura de Várzea Grande quanto a câmara de nomear ou contratar qualquer um dos investigados para exercer cargos na administração municipal.
As informações são da assessoria da Polícia Civil de Mato Grosso.
Outro lado
Os advogados do vereador de Várzea Grande Pablo Pereira (UB) informa, em nota, que aguardam acesso ao processo que resultou na prisão para a manifestação de defesa. Os advogados Rodrigo Araújo e Michel Pereira afirmam que “aguardam pleno acesso aos autos para uma análise
detalhada e apresentação de defesa técnica do vereador” e “defende a inocência do cliente e que
irá provar que o parlamentar jamais participou de atividade criminosa”.
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