Operações realizadas pela Polícia Civil de Mato Grosso, no primeiro semestre deste ano, em investigações e combate a crimes de corrupção na administração pública, resultaram em R$ 38,2 milhões em bens e imóveis sequestrados e oito prisões. Ao longo de seis meses, a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) deflagrou seis operações com cumprimento de mandados judiciais de prisões, buscas e apreensões e sequestro de bens móveis e imóveis em diversas cidades do estado.
A Operação Espelho 2, deflagrada em março, apura a formação de um cartel de empresas formado para fraudar a prestação de serviços médicos em hospitais públicos, foram apreendidos 36 veículos e sequestrados judicialmente 20 imóveis de alvos investigados.
A primeira fase da Operação Espelho, deflagrada em 2021, investigou fraudes e desvios de valores ocorridos no contrato de prestação de serviços médicos no hospital estadual, em Várzea Grande. No desdobramento das investigações, a polícia apurou que a empresa contratada integrava um cartel de empresas dedicado a fraudar licitações e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente, de UTIs, em todo o estado. Foram identificados contratos fraudulentos com hospitais municipais e regionais de Mato Grosso.
Em fevereiro deste ano, a Deccor deflagrou duas operações que cumpriram mandados judiciais em investigações que apuram supostos crimes ocorridos na administração da saúde de Cuiabá.
A Operação Hypnos, realizada em duas fases, cumpriu ordens judiciais relacionadas a um esquema na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), ocorrido em 2021. Relatórios de auditoria da Controladoria-Geral do Estado apontaram indícios de desvios de recursos públicos na ECSP. Foram constatadas diversas irregularidades em alguns pagamentos, na ordem de R$ 1 milhão.
Já a Operação Smartdog apura irregularidades em contrato da saúde de Cuiabá para chipagem de animais. A Deccor instaurou inquérito para apurar o procedimento de inexigibilidade de licitação e o contrato celebrado entre o órgão da saúde municipal e a empresa Petimune, com valor estimado em mais de R$ 32 milhões.
A operação Gorgulho, cumpriu mandados de busca e apreensão, afastamentos de sigilos e sequestro de bens e valores contra uma associação criminosa investigada pelo desvio de cestas básicas da secretaria estadual de Assistência Social e Cidadania (Setasc). A investigação teve início após uma denúncia encaminhada pelo Gabinete Militar do Governo do Estado. A investigação apurou a denúncia de que um servidor público, que era assessor técnico da secretaria estadual de Esporte, Cultura e Lazer e atendendo a pedido de um assessor parlamentar, desviou 240 cestas básicas do depósito da coordenadoria de Segurança Alimentar da Setasc.