As duas mulheres envolvidas na morte da criança, de 3 anos, no município de Nova Marilândia (392 quilômetros ao Médio-Norte de Cuiabá) foram autuadas em flagrante, pela Polícia Civil, nesta quarta-feira, após uma série de diligências que comprovaram a prática do crime. A mãe da criança, de 25 anos, e a sua convivente, de 22 anos, foram autuadas pelo crime de tortura qualificada pelo resultado morte, considerando que a vítima morreu devido a intenso sofrimento físico ocasionado pelas graves lesões.
As investigações iniciaram na noite da última terça-feira, quando a vítima foi deixada no Pronto Atendimento de Nova Marilândia, já sem vida, pela convivente de sua mãe. O caso levantou imediatas suspeitas, uma vez que nenhuma pessoa responsável ficou na unidade de saúde para acompanhar a criança.
Diante dos fatos, a equipe da Polícia Militar saiu em buscas das duas mulheres, conseguindo localizar as suspeitas próximo da casa em que residiam. Elas foram conduzidas a Delegacia de Nortelândia, onde o delegado Marcelo Henrique Maidame, assumiu as investigações.
O laudo médico apontou como causa da morte espancamento e esmagamento, uma vez que além das lesões externas, foram identificados no menino, vários pontos de hemorragias interna na região do abdômen.
Ao longo do dia, a equipe da Polícia Civil realizou diligências com objetivo de apurar o envolvimento das duas mulheres no crime. Durante os trabalhos, várias testemunhas foram ouvidas confirmando que a criança vinha sofrendo constantes agressões por parte das suspeitas.
Em uma ocasião, o menino chegou a ser atropelado pela convivente da mãe, que o prensou contra o portão da casa. Quando questionadas sobre os hematomas na criança, elas alegavam que ele havia se machucado jogando futebol.
Na ocasião, ao tomar conhecimento dos fatos, o pai da criança trouxe o filho para Cuiabá para tratamento adequado. Após exames comprovaram que o menino não poderia ter se machucado jogando bola, uma vez que o fêmur estava quebrado em diferentes pontos. O pai já tinha entrado com o pedido da guarda do filho na justiça.
Interrogada pelo delegado Marcelo Maidame, a suspeita convivente da mãe da crianças confessou que o espancou e que o agredia com frequência, com o fim de corrigi-lo pelo fato de ele ser muito arteiro e desobediente. A mãe da criança negou os fatos e disse que estava no trabalho quando o filho foi espancado.
“É um caso de grande repercussão, ficando claro o envolvimento das duas suspeitas, Fabíola que confessou o crime e Luana que era, no mínimo, conivente com a situação sofrida pelo filho”, disse o delegado.
As duas foram encaminhadas para o presídio de Nortelândia e nesta quinta-feira passaram por audiência de custódia na cidade de Arenápolis.