quinta-feira, 25/dezembro/2025
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PM expulsou 36 soldados em Mato Grosso ano passado

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Trinta e seis policiais civis e militares foram expulsos das corporações este ano acusados de cometerem crimes como tráfico de drogas, extermínio, tortura e envolvimento com o jogo do bicho. O ouvidor Geral da polícia, Auremárcio José Tenório de Carvalho, disse que apenas em 2008, estão sendo investigados 10 assassinatos com a participação de policias. Ele argumenta que o número é grande se comparado a outros países da europa. No Japão e em Portugal, por exemplo, é registrado apenas 1 caso criminal com a participação dos agentes públicos por ano.

O número de processos administrativos da categoria diminuiu cerca de 26%, mas o percentual ainda é pouco. O ouvidor explica que o Brasil é considerado um país violento e a ilusão da impunidade e o apoio dos colegas são os principais itens que fomentam as ações ilegais.

As pessoas que usam o serviço público para cometer crimes acabam “manchando a corporação” e deturpando o trabalho dos bons policiais.

Atualmente, estão tramitando na Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) 155 processos administrativos. A diferença entre quantidade protocolada no ano anterior é 57, tendo em vista que 212 casos foram registrados em 2007.

A violência é maior na Polícia Militar do que na Civil. Enquanto 257 PMs responderam processo administrativo nos dois últimos anos, apenas 110 civis estão na mesma situação.

Excluídos – Um dos últimos PMs a ser excluído este ano foi o sargento Rijozete Vergílio da Silva, que responde processo por abusar sexualmente da enteada de 4 anos. Ele foi preso no dia 16 de abril, quando foi surpreendido pela então companheira e mãe da menina.

Cássia Regina saiu de casa e estava na rua quando percebeu que havia esquecido os óculos. Ela retornou e ao chegar no imóvel, chamou o tenente que estava em casa e ele demorou para abrir a porta. Ela ficou desconfiada e procurou a filha no interior da residência. A menina estava deitada na cama, coberta por um edredom e sem calcinha.

Depois do fato, a mãe chamou a filha para conversar e ela relatou que Rijozete a molestava.

Outro que saiu da corporação devido a crimes sexuais foi o Michel Lojor de Lima. Ele é acusado de estupro e atentado violento ao pudor contra 11 mulheres. Lojor também responde processo criminal por roubo qualificado.

O policial é apontado como um estuprador em série. Ele agia sempre da mesma forma. As garotas eram atacadas principalmente na região da Morada da Serra. O policial usava uma motocicleta Honda preta, sem placa, para cometer os crimes. Conforme o depoimento das vítimas, o soldado as abordava com uma arma e as obrigava a subir na moto. Elas eram levadas para lugares isolados, onde eram violentadas. Lojor já foi condenado em dois processos e foi excluído em outubro deste ano.

Tráfico de drogas – Jorge Avelino da Silva, 43, e João Anastácio da Silva,37, também foram expulsos da PM este ano. Eles foram presos em junho por tráfico de drogas. A dupla comprava o entorpecente em Cáceres e abastecia as bocas-de-fumo de Cuiabá.

Em Rondonópolis, o cabo Rosemar da Silva, acusado de tráfico de drogas, foi excluído da corporação. Ele foi preso em flagrante quando transportava 3 kg de pasta-base de cocaína escondidas dentro do carro dele.

Homicídio – O condenado por matar a advogada Andrea Carvalho Furtado Pereira, em Tabaporã ( 180 km de Sinop), em abril do ano passado, está na lista dos excluídos. O ex-PM Valtencir Moreira da Costa, o Dudu, matou a vítima em frente ao seu escritório, porque ela defendia a ex-esposa dele em ação de divórcio e de pensão alimentícia.

Grupo de extermínio – Um dos envolvidos na chacina do Beco do Candieiro, que aconteceu em 1998, foi excluído da PM, 10 anos após cometer o crime.

O ex-PM Adeir de Souza Guedes é um dos responsáveis pela morte de 3 adolescentes que estavam fumando maconha no local.

Roubo – José Angêlo de Almeida e Ocean Cordeiro da Silva foram retirados do quadro de servidores da Polícia Militar depois de serem condenados pela Justiça por roubo e formação de quadrilha. A decisão determinou ainda que os dois perdessem o cargo público.

Os ex-policiais planejaram o roubo ao “Mercado Vendão”, localizado na Vila Itaquerê, município de Novo São Joaquim (485,2 quilômetros de Cuiabá). O crime aconteceu em 2005 e os militares pretendiam devolver os produtos roubados por eles ao dono da empresa e pegar a recompensa. A retirada do cargo de policial aconteceu 3 anos após o registro da ocorrência.

Corregedoria – A reportagem tentou falar com o corregedor da Polícia Militar, coronel Jorge Catarino Morais Ribeiro, mas não teve retorno. Os dados sobre exclusão também não foram fornecidos pela PM e são de levantamento da Ouvidoria e da própria reportagem, por meio dos Diários Oficiais do Estado.

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