O delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Sued Dias Júnior, disse que as investigações preliminares apontam que o planejamento do assalto à cooperativa Sicredi, ocorrido na quinta-feira passada em Brasnorte (410 km de Sinop), começou 20 dias antes do crime. Conforme o delegado, o início da execução começou na terça-feira passada com o roubo da caminhonete Hilux que foi usada na ação criminosa.
“20 dias antes, iniciou-se a fase de planejamento e na terça-feira houve o início dos dados executórios. Os indivíduos efetuaram o roubo da caminhonete Hilux usando um Ford Ka com placas clonadas e depois do roubo da Hilux a caminhonete foi colocada embaixo da linha de transmissão numa área de mata fechada e de difícil acesso. Mas ela ficou de um dia para o outro afim de ‘resfriamento’, de confirmar ausência de rastreador e qualquer localização do veículo”, explicou.
Segundo Sued, como não houve a localização da caminhonete, o plano seguiu para utilização do veículo no assalto. “Na quinta-feira, como a caminhonete ainda estava no ponto de repouso, os criminosos deduziram que não havia nenhum rastreador e que ela não tinha sido localizada ainda e pegaram a Hilux para executar o roubo”.
O delegado também traçou a logística seguinte da quadrilha depois do crime na agência. De acordo com o delegado, chamou a atenção da equipe o fato da quadrilha ter voltado a Brasnorte. “Após o roubo da cooperativa a caminhonete voltou ao ponto que estava anteriormente e lá os indivíduos desembarcaram e entraram no HB20 para poder iniciar a fuga. Porém, a fuga foi um pouco peculiar. Eles fugiram sentido Juína com os reféns, liberaram os reféns, abandonaram a Hilux, entraram no HB20 e retornaram a Brasnorte, não fugiram sentido Juína. Lá em Brasnorte eles ficam um pouco no comércio de um deles fazendo a divisão dos valores e depois que essa divisão foi feita, e enquanto as forças de segurança se mobilizavam para ir à cidade, esses indivíduos se deslocaram na quinta-feira no fim da tarde para o Estado de Rondônia”.
Durante as diligências, os investigadores constataram também que parte da quadrilha fugiu para Rondônia, enquanto a outra ficou em Brasnorte. “Nossa equipe da GCCO chegou no fim da tarde com o Ciopaer e foi possível identificar que esse HB20 já estava em deslocamento (para Rondônia) e conseguimos identificar um dos envolvidos nele. Já na sexta-feira, nós conseguimos dividir as equipes da Polícia Civil e parte seguiu para Vilhena e outra ficou em Brasnorte, pois havia criminosos ali, tínhamos essa informação”.
“A equipe chegou a Vilhena na sexta-feira à noite, na madrugada de sexta para sábado, e percebemos que três deles haviam ido para o quarto de hotel e um outro se desintegrou do grupo. Dos quatro que estavam no HB20, dois foram responsáveis pelo executar o roubo na agência, já os outros dois atuaram no suporte logístico. Era motorista de fuga e outro que fazia parte de logística geral”, acrescentou o delegado.
Sued também detalhou que três criminosos se esconderam em um hotel e fugiram antes da chegada dos policiais com ajuda do funcionário, que é irmao de um deles. “Os três que estavam no quarto 13 do hotel conseguiram antecipar com auxílio do recepcionista que percebeu nossa movimentação. Nós identificamos a participação dele, quando chegamos na casa para a qual eles haviam fugido. Um dos indivíduos é justamente irmão do recepcionista e o HB20 foi localizado na oficina do pai desses irmãos. Eles participaram no suporte na fuga”.
Quase simultaneamente, enquanto parte da quadrilha foi presa em Vilhena, a outra foi presa em Brasnorte. “E lá em Brasnorte conseguiram efetuar a prisão de mais dois pelo roubo à agência e identificou também o motorista do Ford KA usado no roubo da Hilux na terça-feira. Esse Ford KA foi localizado queimado no sábado próximo a um frigorífico da cidade”.
Conforme Só Notícias já informou, ontem, a justiça de Mato Grosso converteu a prisão para preventiva de seis envolvidos no roubo. O delegado também informou que os valores levados pelos criminosos foram depositados em contas-correntes e que não será divulgado o valor.
As investigações continuam para identificar os responsáveis pelas contas, além de mais envolvidos. Até o momento, a secretaria de Segurança Pública confirmou a prisão de 14 envolvidos, incluindo dois policiais militares que supostamente facilitaram a fuga da quadrilha.
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