Polícias Federal e Militar deflagram a segunda operação em Pontes e Lacerda (443 quilômetros de Cuiabá) para garantir a desocupação do garimpo ilegal da Serra da Borda. Na operação “Reco” foram presas sete pessoas, das dez que tiveram mandado de prisão decretado. Elas são acusadas de liderar os garimpeiros que insistem em descumprir a decisão judicial de desocupar a área.
Além disso, também foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão. Todos os procedimentos foram expedidos pela Justiça Federal de Cáceres, com o objetivo de garantir a segurança e bem estar da população do município.
No dia 10, a primeira operação, “Terra do Nunca”, foi deflagrada pela PF, Polícias Militar, Civil, Rodoviária Federal (PRF) e o Grupo Especializado em Fronteira (Gefron) para desocupação total do garimpo. Mesmo após a ação, a maioria dos garimpeiros permaneceu na cidade.
Diante dessa situação, os serviços de inteligência da PF, PM e PRF iniciaram uma investigação para identificar as lideranças que fomentavam os garimpeiros à prática de ações de perturbação da ordem na região, a exemplo do bloqueio na BR-174, rodovia federal que liga as cidades situadas na faixa da fronteira. O trecho só foi desbloqueado após novamente haver intervenção das forças policiais. O bloqueio teve duração de três dias e quase que de maneira ininterrupta, chegando a gerar um congestionamento de aproximadamente 15 quilômetros. Os garimpeiros se mostraram irredutíveis, impedindo a entrada e saída de ambulâncias com pacientes em estado grave de saúde, estudantes que se dirigiam para instituições de ensino, presos e alimentos encaminhados ao sistema prisional.
Segundo a PF, esse comportamento era fomentado por pessoas pontuais, tidas como liderança do grupo de garimpeiros e, por isso, foi instaurado um inquérito policial para apurar a situação e promover a responsabilização criminal dos principais envolvidos.
Segundo o agente da PF em Cáceres, Marcel Pereira Barbosa, até o final da tarde de ontem (18) sete pessoas já haviam sido presas de maneira temporária e estavam à disposição da Justiça Federal, porém, nenhuma quantidade de ouro foi encontrada.
Os líderes identificados irão responder criminalmente por constrangimento ilegal, ameaça, atentado contra outro meio de transporte, incitação ao crime, apologia de crime ou criminoso e associação criminosa.
O nome da operação faz analogia à denominação dada pelos garimpeiros à terra que era descartada pelos principais donos de “buracos” e entregue às pessoas, especialmente mulheres, que se aventuravam na tentativa de encontrar algum ouro no material.