A Polícia Federal prendeu, hoje, em Londrina (PR) um ex-estagiário de uma das varas previdenciárias da Justiça Federal de por suspeita de acessar ilegalmente o processo criminal da Operação Spectrum, que resultou na prisão, em Sorriso, do traficante Luiz Carlos da Rocha (foto), conhecido como “Cabeça Branca", que era o principal procurado pela PF no país por tráfico e estava foragido há mais de 30 anos. O investigado tem 20 anos, cursa direito e foi preso na universidade porque a senha à qual ele tinha acesso para verificar ações deveria ser usada exclusivamente para os serviços ligados à vara onde estagiava.
O G1 informa que o juiz federal Nivaldo Brunoni, da 23ªVara Federal de Curitiba, considerou que a conduta do ex-estagiário é “reprovável” e há fortes elementos que indicam a quebra de sigilo funcional para beneficiar a organização criminosa voltada ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro. “Ao fornecer seu login e senha do sistema e-proc da Justiça Federal para uma organização criminosa de grande porte e importância, investigada em procedimentos que aqui tramitam, o ex-estagiário O EX- colocou em risco o sucesso das apurações e a segurança dos agentes que nela trabalham. Essa ousadia assinala o comprometimento do investigado com Luiz Carlos da Rocha e o grupo, assim como sua capacidade para interferir no esclarecimento dos fatos”, afirma, no despacho.
A investigação da PF apurou que o login e a senha também foram utilizadas por dois familiares de Cabeça Branca, em um hotel de Londrina, e houve busca e apreensão em apartamento. Além disso, a justiça federal autorizou a quebra de sigilo telemático – que envolve telefones celulares e outros equipamentos eletrônicos – que identificou também acessos ilegais ao processo feitos em Catanduvas (PR), cidade onde Cabeça Branca está preso, outros Estados e até mesmo no Paraguai. Ainda de acordo com o G1, todos os usuários que acessaram a ação foram identificados e serão ouvidos em um inquérito policial já instaurado para apurar os fatos.
Luiz Carlos da Rocha está preso na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR). Ele foi preso em uma panificadora em Sorriso, cidade onde tinua uma casa. Ele também tinha outra residência em Osasco (SP) onde foi apreendida grande quantidade de dinheiro. Para fugir da polícia durante 3 décadas, ele fez cirurgias plásticas e usava identidades falsas.