A Polícia Federal está fazendo, neste momento, a operação Parasita para cumprir 34 mandados judiciais – sendo 21 de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Pernambuco. As ordens judiciais foram expedidas pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá que também determinou o bloqueio de até R$ 12 milhões das contas dos investigados, além do sequestro de diversos imóveis, valores em espécie e veículos pertencentes aos criminosos envolvidos com tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes conexos.
A quadrilha é liderada por um conhecido presidiário da Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá. A PF informou que ficou demonstrado que os alvos atuavam no tráfico de drogas em diversos municípios de Feliz Natal (130 km de Sinop), Nova Mutum, Barra do Bugres, Alto Paraguai, Jaciara (região Sul) e Nova Olímpia onde qualquer traficante que pretendesse comercializar entorpecentes deveria ser previamente autorizado pelos líderes, sendo obrigado a adquirir a droga diretamente do grupo.
O grupo era responsável pela carga de cerca de 500 quilos de maconha, apreendida no dia 26 de junho de 2019, em Rondonópolis. Na oportunidade, apenas duas adolescentes haviam sido apreendidas quando mantinham a droga em depósito a mando dos líderes da organização investigada.
As investigações apontaram ainda que a organização criminosa funcionava como uma espécie de franquia do crime, com conexões e relações comerciais com outras organizações criminosas, dentro e fora de Mato Grosso. O grupo organizava a logística de fornecimento de entorpecentes a integrantes de outras organizações atuantes na região nordeste do Brasil.
Os integrantes pagavam taxas mensais e eram obrigados a repassar boa parte dos lucros das atividades aos líderes. A organização criminosa investigada possuía setores operacional, contábil e financeiro. Os principais membros, que já se encontravam presos, contavam com a ajuda de outros em liberdade para executarem suas ordens, recolhimento de dinheiro, distribuição de drogas e fiscalização das movimentações financeiras.
Por meio de autorização judicial, foram constatadas volumosas movimentações em dinheiro em nome de vários investigados. O somatório dos valores que circulou nas contas no período de 2018 até o ano passado, superou R$ 18 milhões. Nenhum dos investigados possui rendimentos lícitos conhecidos que possam justificar os altos valores movimentados, sendo que alguns deles, inclusive, recebiam benefício assistencial do governo.