A Polícia Federal do Rio Grande do Sul confirmou apenas a prisão de um empresário, 51 anos, na capital, Porto Alegre, acusado de fraudar licitações para prestação de serviços públicos e desviar pelo menos R$ 40 milhões. Segundo as investigações, ele possuía pelo menos 17 empresas que atuavam em cidades do Rio Grande do Sul e também em Mato Grosso. A operação Kamikaze, deflagrada hoje, teve o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).
A assessoria de imprensa da PF não revelou nomes das cidades onde estas empresas atuavam nem em quais elas fraudaram as licitações. Para abrir as empresas, o acusado utilizava nomes de outras pessoas como “laranjas” para não poder ser rastreado. Uma delas, de fachada, estava no nome de uma empregada doméstica que trabalhava para ele.
De acordo com as investigações, ele participava de licitações públicas em todo o país, principalmente na modalidade pregão eletrônico. O valor oferecido pelo serviço era muito abaixo do valor praticado no mercado, o que viabilizava vitórias em vários certames. Parte do serviço contratado era executada, porém, não havia o recolhimento de verba trabalhista nem previdenciária. Como as empresas estavam em nome de “laranjas” e não possuíam patrimônio, a União acabava respondendo subsidiariamente pelas dívidas.
Dentre as formas de atuação da organização criminosa estavam a utilização de documentos falsos e a participação de mais de uma empresa do grupo no mesmo processo licitatório. O empresário preso se tornou o 13º maior devedor trabalhista do Rio Grande do Sul; algumas dessas dívidas eram em nome de terceiros.
O suspeito já havia sido alvo da Operação Freio de Ouro, deflagrada em 2009, e já foi indiciado em mais de 20 inquéritos na Polícia Federal, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Pela Operação Kamikaze ele irá responder por fraude em ato licitatório e associação criminosa.
(Atualizada às 16:50h)