A Polícia Federal em São José do Rio Preto, em concurso com os órgãos do Ministério Público Federal e Justiça Federal da região, deflagrou esta manhã a Operação Alfa, com o objetivo de desmantelar quatro organizações criminosas, voltadas para o tráfico internacional de drogas, notadamente a cocaína de origem boliviana. As investigações revelaram que a droga era internada por meio aéreo e terrestre pela região de Cáceres e Corumbá (MS). Uma vez no Brasil a droga era distribuída para os Estados de São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal. Foram expedidos, pela Justiça Federal de São José do Rio Preto, 85 mandados de prisão temporária e 89 de busca e apreensão, além de ordens para o seqüestro de bens móveis e imóveis e o bloqueio das contas correntes dos investigados.
As investigações da Operação Alfa iniciaram em abril de 2007, quando levantamentos da Polícia Federal em Brasília identificaram que traficantes do Mato Grosso estavam comercializando uma partida de droga com compradores da cidade de São José do Rio Preto. A partir daí, informações foram transmitidas a esta delegacia, que de pronto promoveu a instauração de inquérito policial que culminou com a expedição das ordens judiciais de prisões e buscas que estão sendo cumpridas hoje.
Dentre os presos envolvidos no tráfico estão empresários das áreas de construção civil, turismo, comércio de automóveis, além de advogados. Dos 84 mandados de prisão, 21 são para mulheres envolvidas no tráfico.
O primeiro grupo, cujos membros são da mesma família, utilizavam de uma empresa de construção civil sediada em Curvelândia (MT), que mantinha obras na região de San Matias, na Bolívia. A droga era ocultada nos veículos da firma para ingresso em território nacional. Uma vez de posse do entorpecente a organização deliberava pelo melhor momento para a revenda a seus associados que atuavam em vários Estados.
O segundo grupo se utilizava de duas aeronaves marca Cesna, modelo 210, para o transporte da cocaína da região de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, para os Estados do Mato Grosso e de Goiás, onde o entorpecente era lançado em fazendas da organização, para posterior revenda e distribuição. O terceiro grupo atuava na região de Cáceres, cidade que ostenta significativo comércio de cocaína, para revenda no Estado de São Paulo. O quarto grupo adquiria cocaína em Porto Soares, na Bolívia, via Corumbá (MS), para revenda também no Estado de São Paulo, após processamento em laboratórios clandestinos identificados na região de Uchôa/SP.
Desde o início da operação foram apreendidos 903 quilos de cocaína em dezesseis flagrantes ocorridos em vários Estados, que levaram para a prisão 47 pessoas, várias delas hoje já condenadas pela Justiça. Nas ações também foram apreendidas metralhadoras, pistolas, revólveres, munições de diversos calibres, além de petrechos para secagem, mistura e embalagem de drogas.
No Estado de São Paulo estão sendo cumpridos mandados nas cidades de Colina, Guariba, Lavínia, Pracinha, Ribeirão Preto, Riolândia, Salto de Pirapora, São Carlos, Sumaré, Tanabi, Uchoa, Urupês, além de São José do Rio Preto.
Em Goiás as ações são em Abadia de Goiás, Abadiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Britânia, Corumbaíba e Goiânia. Em Minas Gerais as equipes de policias federais atuam em Contagem, Ituiutaba, Santa Vitória e Uberlândia. No Distrito Federal as ações ocorrem em Taguatinga, Águas Claras, Gama e no plano piloto.
No Mato Grosso há mandados sendo cumpridos em Barra do Garça, Cáceres, Cuiabá, Curvelândia, Porto Jofre, São José dos Quatro Marcos e Várzea Grande. Na Bahia está sendo cumprido um Mandado de Busca e Apreensão em Salvador.
Os presos responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico de drogas, financiamento para o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, posse ilegal de armas, com penas que podem passar de 30 anos de prisão.