O Conselho de Ética do PRTB vai expulsar o vereador cuiabano Ralf Leite por falta de decoro. Para isso já instaurou oficialmente novo processo disciplinar contra ele. A alegação é de que a situação dele teria ficado insustentável após a denúncia de que espancou a ex-namorada, Cristina Biezus Gentil.
O novo processo atende a um pedido de providências feito pelo presidente estadual do PRTB, Samuel Lemes, que já havia pedido punição a Ralf quando ele se envolveu no escândalo sexual com um travesti menor de idade em fevereiro. O dirigente admitiu ontem que a decisão do Conselho de Ética em expulsar o vereador se deve à exposição demasiada da legenda e é apenas uma questão de tempo.
Samuel Lemes pondera ainda que, se a Câmara cassar Ralf na terça-feira (14) devido ao escândalo sexual, o Conselho vai homologar imediatamente a expulsão. Caso contrário, o grupo vai avaliar em 30 dias uma penalidade porque a Comissão de Ética da Câmara Municipal já pediu ao Legislativo a perda de mandato. “De qualquer forma, acredito que a tendência é certamente a expulsão e o partido irá acompanhar o relatório dos vereadores”, avalia.
O pedido de providências feito em fevereiro pelo presidente estadual do PRTB não foi julgado ainda porque o Conselho de Ética da sigla aguardava uma manifestação oficial do Legislativo sobre o escândalo sexual. Além das polêmicas, Ralf também foi criticado por correligionários quando votou favorável ao arquivamento dos cinco pedidos de cassação contra o ex-presidente da Câmara Municipal, vereador Lutero Ponce (PMDB).
Outro lado – Ralf afirmou ontem desconhecer a instauração do novo processo. Se expulso, ele pode perder a vaga na Câmara. Isso porque poderá ser acionado por infidelidade e terá que comprovar a justa causa para garantir o mandato. Ele defende a tese que os escândalos que protagonizou não são motivos para punições no PRTB, na Câmara ou na Justiça, já que teriam atingido apenas a si mesmo.
O PRTB já expulsou recentemente 11 filiados flagrados negociando apoio político durante a campanha. Como seis deles recorreram à direção nacional da sigla, o caso ainda se arrasta e vem gerando muita discussão. Os outros seis são considerados automaticamente desligados. Recorreram contra a expulsão Jackson Messias, Marcelo Souza, Fernando Capilé, Edemir Xavier e José Coelho, que apoiaram o candidato Mauro Mendes (PR) e não o prefeito Wilson Santos.