A secretaria estadual de Justiça (Sejus) realizou 267 operações do programa Tolerância Zero nas unidades prisionais de Mato Grosso, entre 1º de janeiro e 29 de abril, para remover materiais ilícitos e evitar que outros ingressassem nas celas das 41 prisões pelo Estado. Durante as ações, foram apreendidos quase 2 mil celulares, 801 chips, 151 armas artesanais, 803 carregadores e 3,2 mil porções de entorpecentes. O balanço foi apresentado pelo secretário da pasta, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, durante entrevista realizada, ontem, à Rádio CBN Cuiabá.
O gestor destacou as ações desenvolvidas no primeiro quadrimestre, desde a criação da Sejus em janeiro deste ano, com foco no enfrentamento às facções criminosas e na reestruturação da política penitenciária em Mato Grosso. “A Polícia Penal e nossos servidores têm atuado com muita dedicação para remover os ilícitos e, de forma simultânea, ajustar procedimentos operacionais internos e implementar equipamentos eletrônicos que reforçam a segurança nas unidades prisionais. O mais importante é que, nas últimas operações, esse aparato empregado tem surtido efeito e temos observado redução, principalmente no número de celulares encontrados”.
Nas revistas, os policiais penais já encontraram celulares escondidos em frascos de produtos de limpeza, dentro de chinelos e, em casos extremos, engolidos por detentos. Em um desses casos, o interno precisou ser submetido a cirurgia após passar mal. “O planejamento operacional da secretaria está fechando o cerco para essas ações criminosas. Temos policiais penais bastante preparados para atuar nessa segurança, contribuindo diretamente para a redução da criminalidade e proteção da sociedade mato-grossense”, acrescentou o secretário de Justiça.
Outra tentativa de burlar a segurança e ingressar com celulares e drogas são os drones. O trabalho da Polícia Penal para evitar essa prática na penitenciária de Rondonópolis também foi referenciado por Hugo. Entre 2021 e o início de 2025, quase 700 celulares foram apreendidos após serem lançados por drones nessa unidade prisional. Já o número de drones abatidos durante as tentativas de ingressar na penitenciária é de 230 aparelhos nos últimos quatro anos. “Os criminosos tentam ingressar com celulares e drogas de todas as formas. Em Rondonópolis, a vigilância constante tem evitado que os objetos ilícitos cheguem aos presos”, apontou o secretário.
Nos últimos anos, o governo estadual ampliou a capacidade de vagas nas unidades prisionais e socioeducativas, com a construção de novas estruturas. No sistema socioeducativo, voltado para adolescentes em cumprimento de medidas, houve um aumento de 50% na capacidade com a construção de novas unidades em Barra do Garças, Rondonópolis e Sinop. Em Cuiabá, os centros de atendimento estão em processo de ampliação, passando de 68 para 110 vagas masculinas e de 12 para 20 femininas.
“O Estado avançou muito na ampliação de vagas no Socioeducativo, dobrando o número de vagas nas unidades já existentes. Neste ano, vamos construir as unidades de Cáceres e Tangará da Serra. Temos hoje sobra de vagas, uma realidade que é diferente de outros estados do país”, informou, acrescentando que as novas estruturas propiciam melhores condições a quem necessita cumprir a medida e também aos servidores. No caso do sistema penitenciário, o número de vagas nas 41 unidades prisionais saiu de pouco mais de 6 mil, há quatro anos, para mais de 13 mil.
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