A Polícia Civil deflagrou, há pouco, a Operação Vultus Legis, para cumprir sete mandados de prisões preventivas, 10 de buscas e apreensões, 11 de quebras de sigilos telemáticos, além do sequestro de contas bancárias e indisponibilidade de valores no montante de R$ 86 mil, contra membros de uma organização criminosa envolvida em crimes de extorsão a comerciantes de Rondonópolis. São cumpridas as ordens judiciais em Cuiabá, Rondonópolis e Sergipe.
As investigações, conduzidas pela GCCO e Draco, iniciaram em janeiro deste ano, após denúncias anônimas sobre a prática de extorsão mediante graves ameaças de morte, realizadas por integrantes de uma organização criminosa, a comerciantes em Rondonópolis. Os elementos coletados nas investigações identificaram um esquema amplo de extorsão, envolvendo líderes da facção atualmente presos, lideranças do grupo em Rondonópolis e intermediários ligados ao recebimento dos valores ilícitos (laranjas).
Dois dos mentores do esquema, que têm mandados cumpridos hoje na operação, também foram alvos da operação A César o que é de César, deflagrada em fevereiro deste ano. Eles já estão presos preventivamente pela prática de extorsões praticadas em desfavor dos comerciantes do camelô da cidade de Várzea Grande.
O delegado Antenor Pimentel Marcondes, responsável pela investigação, apontou que o esquema de extorsão desenvolvido pela organização criminosa era muito mais amplo do que se imaginava inicialmente, abrangendo vários setores do comércio e outras cidades do Estado de Mato Grosso.
O esquema criminoso, que inicialmente foi implantado em Várzea Grande, expandiu para Rondonópolis com o apoio de “lideranças locais, com o objetivo de arrecadar valores para a facção por meio das extorsões. Utilizando perfis falsos no WhatsApp, mas ocasionalmente exibindo o rosto, o mentor do esquema, atualmente preso, se identificava como membro da facção criminosa” e responsável pelo “setor de contrabando, descaminho e sonegação”.
Em chamadas individuais e coletivas, segundo a Polícia Civil “ele exigia de comerciantes dos ramos de celulares, tabacarias e distribuidoras o pagamento de uma “taxa sobre faturamento”, calculada com base em notas de compra, venda ou inventário dos estabelecimentos, sob justificativa de um novo “projeto” da facção”. Os pagamentos eram realizados via Pix, utilizando contas de terceiros (“laranjas”), ou até em espécie.
O esquema contava também com a participação de integrantes do grupo criminoso locais, organizados por bairros, incluindo menores de idade, encarregados de coagir comerciantes e buscar valores pessoalmente.
Nos últimos meses, a preferência pelo recebimento em espécie, para evitar rastros bancários, intensificou a coação psicológica e física. Relatos de comerciantes apontam graves impactos psicológicos, com alguns fechando seus estabelecimentos e outros sofrendo complicações de saúde, como infartos e AVCs, detalhou a polícia.
A GCCO e a Draco reforçam que denúncias sobre fatos semelhantes podem ser realizadas diretamente à unidade policial, com o sigilo garantido, pelos telefones (65) 98173-0700 ou 197.
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