A Polícia Federal de Mato Grosso cumpriu, nesta quarta-feira, dois mandados de busca e apreensão, um em Cuiabá e outro em Sorriso. A ação foi decorrente da Operação Ártico, deflagrada pela PF de São Paulo com o apoio da Receita Federal para desbaratar uma organização criminosa que atua em vários Estados. Segundo a PF, mercadorias eram contrabandeadas a partir da criação de importadoras de fachada, com a conivência de auditores-fiscais, que recebiam propina para registrar as empresas nos sistemas de controle do Comércio Exterior da Receita Federal.
Foram expedidos 25 mandados de prisão, em São Paulo e Rondônia. Deste total, 21 foram cumpridos e entre os presos estão quatro auditores da Receita Federal (dois de RO e dois de SP). Outras quatro pessoas estão foragidas. A identidade dos presos não foi divulgada. Além das prisões, foram expedidos 56 mandados de busca e apreensão, todos cumpridos em 16 cidades brasileiras, localizadas em Mato Grosso, em São Paulo, Rondônia, Espírito Santo.
A PF estima que o prejuízo com a sonegação e o não pagamento de multas chegue a R$ 100 milhões. As investigações começaram em 2006 em Jales (SP). A organização criminosa é composta de pessoas físicas e jurídicas, subdivididas em empresas de fachada, de aluguel e fantasmas, utilizadas para contrabandear mercadorias, sonegar tributos, em um grande esquema de “lavagem” de dinheiro. Para que o esquema funcionasse os criminosos contavam com a colaboração de facilitadores, que são pessoas especializadas em montar empresas de fachada, gerentes de bancos, auditores fiscais e proprietários de tradings.