O Comando Regional da Polícia Militar vai instaurar uma sindicância para apurar a denúncia de que um soldado estaria fazendo serviço de segurança particular na fazenda Panorama (a cerca de 60 km de Sinop), invadida esta manhã, por famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O policial foi rendido e desarmado pelos integrantes, depois que tentou impedir a entrada dos invasores na fazenda.
Segundo o major Odair Moura, o soldado não estava em serviço e o exercício de atividades particulares de segurança é ilegal. “Os sem terra entregaram uma arma que estaria sendo utilizada pelo policial, o que ainda vai ser apurado. Ele também confirmou que foi amarrado pelas pessoas”, detalhou.
Outras seis pessoas deixaram a fazenda ainda de manhã. “Fomos até o local para apurar se havia mais pessoas dominadas por eles, mas os que estavam lá (caseiros) deixaram o local com suas mudanças”, acrescentou.
As famílias cobram a desapropriação da fazenda, de 9,4 mil hectares, que está sendo disputada na Justiça. Uma ação corre no Tribunal Regional Federal. Em setembro, a Justiça Federal de Sinop determinou a reintegração de posse da área em favor de Marcos de Souza Barros e Beatriz Arruda Botelho de Souza Barros, decisão mantida pelo TRF. Porém, a defesa do empresário paulista, que também briga pela posse, entrou com recurso, que está em tramite.
O movimento também cobra o parcelamento dos assentamentos do Zumbi dos Palmares, em Claúdia (90 km de Sinop) e Sonho de Anderson, em União do Sul (140 km Sinop) e a liberação do recurso fomento para os assentamentos. Na segunda e terça, eles também bloquearam a BR-163, impedindo a passagem dos veículos.