A Polícia Civil prendeu uma mulher acusada de torturar a sobrinha, na cidade de São José dos Quatro Marcos (região Oeste). I.S., 41 anos, foi presa, na quinta-feira (24), depois de denúncia ao Conselho Tutelar do município, de agressão a menina L.E.S, 8 anos. O crime foi descoberto depois que a criança chegou à escola com várias lesões pelo corpo. A direção da unidade de ensino acionou o conselho, acreditando que a menina estaria sofrendo maus tratos na família.
A criança, ao ser encaminhada à delegacia, contou com naturalidade a delegada Anamaria Machado Costa, que levou uma surra da tia por não ter encontrado sua camiseta de uniforme escolar. Ela disse que a tia havia batido nela com um cinto, apreendido durante buscas da polícia na casa.
A vítima também relatou que “todos os dias” sua tia a agredia com cinto ou cipó, principalmente, quando queria brincar ou estudar, e se recusava a fazer serviços domésticos. As agressões também incluía outros castigos, como ficar ajoelhada por horas e ainda limitações de alimentação e até de água.
Na delegacia, a menina contou que não queria voltar para casa da mãe biológica, porque lhe disseram que quando era bebê seu padrasto queria jogá-la dentro de um poço, devido a sua cor, branca, ser diferente dos irmãos. A menina disse que por conta disso foi “doada” aos cuidados da tia.
Diante das informações, a vítima foi encaminhada ao Instituto de Medicina Legal, para exame de corpo de delito, que confirmou as agressões sofridas. “As costas da criança está em carne viva e ela relatou que apanhava todos os dias e por qualquer motivo. Constatamos que as agressões vinham acontecendo há muito tempo e que a criança sofre desde que nasceu”.
A delegada disse que a menina está sob cuidados de um abrigo, mas que os moradores da cidade de São José dos Quatro Marcos ficaram comovidos com a história e estão se mobilizando para ajudar a criança. “Já tem pessoas querendo adota-la”, informou a delegada.
A suspeita confessou que agredia a sobrinha porque a era desobediente e a teria xingado. A presa está recolhida na cadeia feminina de Cáceres.
