A Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Polícia Judiciária Civil, finalizou neste mês o adestramento de dois cães do Exército Brasileiro. Os animais das raças pastor alemão e labrador, um macho e outra fêmea, serão utilizados em operações da 13ª Brigada do Exército Brasileiro. O preparo dos cães teve duração de oito meses e foi realizado pelos mesmos policiais que cuidam do treinamento dos cães da Delegacia de Entorpecentes da Capital.
Os cães de faro estão cada vez mais sendo empregados em ações policiais de buscas por armas e drogas, principalmente na localização de entorpecentes, devido sua capacidade de farejar em situações que o policial levaria muito mais tempo e correria maior risco. A Polícia Civil mantém treinados três cães, todos labradores, na Especializada de Entorpecentes, além de um filhote.
O tenente do Exército, Felipe de Oliveira Marques, disse que o Exército vai utilizar cães farejadores em operações na fronteira. "O Exército tem o poder de polícia na faixa de fronteira e os cães vão dar apoio nas operações", declarou.
Os animais da DRE são utilizados constantemente em operações da Delegacia e dão suporte às demais unidades da Polícia Civil da Capital e do interior. Eles também são requisitados nas operações da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Federal e da Polícia Militar. "Numa busca domiciliar, o uso de cães de faro otimiza o tempo e a exposição do policial à situação de risco", explica a delegada-adjunta da DRE, Elaine Fernandes.
Os adestradores, investigador Francisnei Dias e o sargento da Polícia Militar Antonio Marques Portugal, explicaram que os animais têm alto poder de detectar narcóticos e também excelentes para guarda e proteção pessoal. De acordo com eles, o preparo dos animais do Exército consistiu em treiná-los para ações na vegetação rasteira, intermediária, na mata fechada, para buscas em veículos, domiciliar e droga enterrada. "A diferença é só no ambiente que é mais hostil", comentam.
Conforme os policiais, a maior dificuldade para os animais são as buscas por droga enterrada em tambor, uma artimanha utilizada pelos traficantes para inibir o odor da substância e dificultar o faro. A polícia já encontrou situações em que a droga seria depositada num compartimento do tambor lacrado e com água por cima. Depois o tambor é todo enterrado em um burraco no chão e por cima plantado algum tipo de vegetação.
Com larga experiência no adestramento, o sargento Portugal ressalta que não é qualquer animal que serve para a atividade policial. Segundo ele, o cão precisa ter iniciativa, ser esportivo, ter espírito de luta e possessivo.
Os cães da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso são empregados em ações de buscas e apreensão de drogas, operações policiais nas rodovias, na abordagem de veículos e ainda na proteção e segurança dos policiais. Os animais são considerados importantes aliados na fiscalização.