A delegada regional de Sinop, Maria de Fátima Moggi, afirmou estar “tranqüila” sobre a denúncia apresentada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, que quer investigá-la sobre citações feitas ao seu nome por envolvidos no esquema do jogo do bicho. Na nova denúncia, feita ontem à Justiça de Sinop, o Gaeco pede que seja aberto inquérito para apurar a suposta participação da delegada. “Como funcionária pública, posso ser investigada em qualquer momento. Vou responder o que tiver de responder, mas ainda não sei do que me acusam. Preciso saber para depois responder”, disse Fatima, ao Só Notícias.
O promotor do Gaeco, Mauro Zaque, disse, para A Gazeta, que há “indícios” contra a delegada regional de Sinop. Nas gravações telefônicas, o nome da delegada é citado algumas vezes, como se os bicheiros realmente a conhecessem. Teria sido ela também quem determinou a ida do delegado municipal de Sinop, Richard Damasceno Lage, ao município de Cláudia para auxiliar na operação que visava derrubar o esquema de jogo do bicho de um grupo concorrente de Arcanjo. Nas gravações o MP aponta que há diálogos mencionando pagamento de propinas para policiais.
Richard e a delegada de Claudia, Helena Miranda, estão presos, em Cuiabá, há mais de 20 dias, com prisões preventivas decretadas pelo Judiciário.
Além de Arcanjo, foram denunciados novamente o genro dele, Geovane Zem Rodrigues, o delegado de Sinop, Richard Damasceno, e dois gerentes do jogo do bicho, Agnaldo Gomes Azevedo e Renê Robert Lima. Os cinco já foram denunciados por corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha em Cláudia. Arcanjo e Geovane ainda respondem pelos mesmos crimes em Cuiabá e Tangará da Serra. Na denúncia o Gaeco pede ainda a prisão preventiva de todos os acusados, que já estão presos.
A nova denúncia é baseada em interceptações telefônicas que falam sobre a operação Zebra, realizada em Sinop no ano passado.
(Atualizada às 09:49hs)