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MP consegue bloquear R$ 110 mil de sargento no Nortão

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O Ministério Público Estadual (MPE) conseguiu liminarmente o bloqueio de R$ 110 mil do sargento da Polícia Militar Luciano José Queiróz. Ele é acusado em ação civil por ato de improbidade administrativa de enriquecimento ilícito e de possuir patrimônio incompatível com a renda de R$ 1,5 mil mensais. No total, o sargento tem R$ 500 mil em bens. Grande parte provém de 774, 4 hectares de terras griladas em Peixoto de Azevedo. Queiróz está lotado atualmente em Guarantã do Norte.

O dinheiro, que seria recebido amanhã (30) pelo militar, equivale à última parcela de total de R$ 420 mil proveniente da venda da área de 774,4 hectares. ‘Este valor, se for pago ao sargento Queiróz, poderá facilmente ser desviado, impedindo o ressarcimento ao poder público’, diz promotor de Justiça Adriano Roberto Alves.

A propriedade foi conseguida por uma troca de favores entre o militar e um conhecido grileiro da região. A negociação de terra ocorreu em 2002, quando o sargento assumiu o comando do Distrito União do Norte. Em troca de proteção, o grileiro ofereceu a área a Queiróz. Este por usa vez fornecia reforço policial para evitar que outras pessoas adentrassem às terras. ‘Caso houvesse invasão, Queiróz providenciava imediata retirada dos grileiros. Se fosse preciso, a ferro e fogo’. Além da repressão policial, o sargento ainda impedia que os Boletins de Ocorrências chegassem à Delegacia de Polícia.

Além de receber ilegalmente a área, o sargento não pagou a prestação de serviço de dois homens contratados para abertura de terras. Um deles, Edson Joaquim Luiz da Silva, inclusive foi usado como laranja. O militar utilizou dados de Silva para abrir uma conta em banco privado da cidade e esconder a movimentação financeira. Usou inclusive talões de cheque previamente assinados por Silva.

Segundo o promotor, embora os bens estejam registrados em nome do cunhado e da mulher do militar, é ele quem faz uso do patrimônio. Além da propriedade de 774,4 hectares, Queiróz possui uma mansão avaliada em R$ 180 mil, uma caminhonete Hillux e uma loja de R$ 40 mil. ‘Ainda que não tivéssemos o conhecimento dos fatos, somente o patrimônio de Queiróz já nos faria concluir pelo enriquecimento ilícito. A situação é de conhecimento público na região. Ele não tem qualquer pudor em ostentar carro de luxo, fazenda, mansão e um padrão de vida confortável para alguém que não recebe mais que R$ 1,5 mil ao mês’, comenta.

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