As operações de enfrentamento e combate à criminalidade ainda não apresentaram bons resultados na grande Cuiabá. Dados divulgados pela Polícia Civil apontam que o número de assassinatos no primeiro mês desse ano supera o mesmo período do ano passado. Janeiro fechou com 34 execuções, sendo 22 em Cuiabá e 12 em Várzea Grande. No mesmo mês de 2014, foram 32 mortes. Dados dos últimos dois anos mostram ainda que a violência continua crescendo nas duas cidades. Em janeiro de 2013, foram contabilizados 22 crimes.
Isolados, os dados de janeiro em Cuiabá apontam aumento de 46,6% no número de homicídios, enquanto Várzea Grande teve queda de 29,4%. Os números de latrocínio, segundo o balanço, não cresceram e se mantiveram o mesmo de janeiro de 2014, sendo também dois registrados no mês passado.
Para o sociólogo e coordenador do Núcleo Interinstitucional de Estudo da Violência e Cidadania (NIEVCI) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Naldson Ramos, ainda é muito cedo para fazer comparativos. Segundo ele, para se ter uma noção se as operações desencadeadas pelo governo surtiram bons resultados é necessário aguardar os números pelo menos do primeiro trimestre. “Os números ainda são muito recentes. Precisamos aguardar um período maior para sabermos se surtiram ou não efeito. O ideal é fazer um comparativo depois dos três primeiros meses”.
De qualquer forma, ele alerta ainda que é necessário muito mais que ações de enfrentamento para combater a violência em todo o Estado. “Essa ação é só o primeiro passo. Precisamos de uma ação conjunta e voltada para políticas de prevenção à criminalidade”.
O sociólogo alerta que sem investimentos nessas ações que envolvam lazer, cultura, esportes, qualificação profissional, entre outros, todo o trabalho da polícia, mesmo que eficiente, não será suficiente. Conforme ele, não se combate números que envolvem além de homicídios, roubos e demais crimes com um programa apenas de repressão. “É um trabalho muito importante, mas não de prevenção”.
Delegado geral da Polícia Civil, Adriano Peralta afirmou que nenhuma diminuição nos índices de homicídios pode ser comemorada, já que o ideal é não haver morte. Mas, para ele, a redução da criminalidade mostra sim que a política integrada de Segurança Pública adotada pelo Estado de Mato Grosso começou a refletir nos dados estatísticos.
Outro lado – a Secretaria de Segurança Pública, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que o secretário Mauro Zaque só irá comentar sobre os índices após o encerramento da operação 100 dias. Ainda segundo a assessoria, não é possível avaliar os resultados, já que as operações, que começaram há cerca de um mês, continuam ocorrendo em todo o Estado.