O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou hoje que a megaoperação deflagrada para desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro usando postos de combustíveis é a “maior da história brasileira” contra a infiltração do crime organizado no setor. “Está é uma das maiores operações da história contra o crime organizado, sobretudo na sua atuação no mercado legal”, afirmou Lewandowski, acompanhado de Haddad e do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, em entrevista na sede do Ministério da Justiça.
“Hoje, para o governo do Brasil, é um momento muito auspicioso no que diz respeito ao crime organizado. Há muito tempo temos acompanhando um fenômeno que é a migração do crime organizado da ilegalidade para a legalidade. Não é só um fenômeno brasileiro, mas mundial, e tem se intensificado”, acrescentou.
Segundo apurações da Receita Federal, o esquema de lavagem de dinheiro envolvia desde empresas formuladoras de combustíveis até os postos, tanto na venda de álcool, gasolina e diesel quanto nas lojas de conveniência que ficam nesses locais. Os valores eram inseridos no sistema financeiro por meio de fintechs e, por fim, o dinheiro de origem ilícita era reinvestido em negócios e propriedades por meio de fundos de investimentos. “Essa operação é exemplar, porque ela conseguiu chegar na cobertura do sistema, no andar de cima do sistema”, afirmou Haddad.
A megaoperação se refere a três operações diferentes deflagradas nesta quinta-feira – Quasar e Tank, realizadas por uma força-tarefa da Polícia Federal e Receita Federal; e a Carbono Oculto, feita pelo Ministério Público de São Paulo e Receita. Ao todo, 1,4 mil agentes foram mobilizados para cumprir os mandados expedidos pela Justiça Federal e Estadual.
Somadas, as três operações resultaram no cumprimento de mais de 400 mandados judiciais, incluindo 14 de prisão e centenas de buscas e apreensões, em pelo menos oito estados do País. As medidas judiciais levaram ao bloqueio e sequestro de mais de R$ 3,2 bilhões em bens e valores. As investigações apontam ainda que os grupos criminosos movimentaram, de forma ilícita, aproximadamente R$ 140 bilhões.
Em Mato Grosso, foram cumpridos cinco mandados de buscas e apreensões com alvos em Feliz Natal, Diamantino, Primavera do Leste e Rondonópolis no âmbito da operação Carbono Oculto deflagrada pela Receita Federal e Ministério Público de São Paulo.
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