Sete integrantes de uma quadrilha especializada em roubar carretas com cargas nas rodovias de Mato Grosso foram presos, ontem, em investigações da Delegacia de Roubos e Furtos de Primavera do Leste. Os policiais civis também resgataram o motorista de uma carreta feito refém por mais de 24 horas. Esta vítima permanecia em cativeiro quando foi libertada.
Segundo informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil, o motorista foi abordado, no último sábado, na rodovia próximo ao município de Primavera do Leste. Os criminosos o levaram para uma região de mata, a 20 quilômetros da cidade, sendo vigiado no cativeiro por dois bandidos armados, enquanto outros comparsas seguiram com o veículo e a carga até outro ponto do município. Eles descarregaram o produto e a carreta foi levada para o município de Campo Verde, onde foi recuperada.
Duas pessoas foram presas no local onde o motorista foi resgatado, ontem. Outras quatro estavam em uma borracharia retirando as rodas de um segundo veículo, possivelmente roubado, e duas mulheres foram encontradas em um quarto de hotel, na cidade. Uma delas foi liberada.
A carreta transportava cerca de R$ 60 mil em grãos de soja e foi alvo da quadrilha que utiliza mulheres como “iscas” nas estradas. Conforme a delegada Anamaria Machado, as mulheres pedem caronas e durante o trajeto vão conversando com o motorista até o local aguardado pelos demais integrantes da quadrilha, que fazem o enquadramento da vítima para roubar o veículo com a carga.
A delegada disse que o líder da quadrilha, de 35 anos, já é velho conhecido da Polícia Civil por sua forte atuação em roubos de caminhões e cargas em rodovias nas regiões de Rondonópolis, Paranatinga, Campo Verde, Poxoréu, Nova Mutum, Tangará da Serra e Campo Novo dos Parecis e Sorriso. Todas as localidades são produtoras de grãos e também usadas para escoamento de produtos agrícolas e combustível. “Ele usa vários documentos falsos e atua em várias cidades. É um dos maiores líderes de roubos de cargas e caminhões”.
De acordo com a investigação, a quadrilha retira a carga do veículo e, logo em seguida, repassa a compradores. A carreta, quando não desmontada e as peças revendidas, é levada para a Bolívia em troca de entorpecente.
Os presos vão responder por crimes de roubo majorado, com restrição da liberdade, porte ilegal de arma de fogo e associação criminosa.