segunda-feira, 6/maio/2024
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Mais de 75 policiais militares são investigados por violência doméstica em Mato Grosso

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Em menos de 2 anos a Corregedoria da Polícia Militar instaurou 76 procedimentos onde membros da corporação são investigados por se envolverem em violência doméstica. Somente entre 1º de janeiro e 20 de maio deste ano, foram 11 casos. Uma média de 3 casos a cada mês. Mas número pode ser muito maior, pelo fato de muitos crimes não serem denunciados pelas vítimas.

Um dos mais graves envolveu um soldado, lotado na cidade de Cáceres (215 quilômetros de Cuiabá), acusado de matar o tio de sua ex-companheira, após uma discussão, quando foi chamado por ela para uma conversa. O crime aconteceu na madrugada do dia 30 de junho, em uma chácara do município. A vítima, Salvador Gonçalves Júnior, chegou a ser removida para hospital, mais morreu em seguida. Durante discussão com o tio e a tia da ex-companheira, o policial fez dois disparos, usando a arma da corporação. A mulher ficou ferida sem gravidade e sobreviveu.

Segundo o corregedor geral da Polícia Militar em Mato Grosso, coronel Carlos Eduardo Pinheiro da Silva, desde março de 2015 uma portaria interna prevê que a Corregedoria dê prioridade na instauração e solução de processos administrativos relativos a fatos de violência doméstica e familiar, envolvendo policiais militares.

Prevê ainda que a Diretoria de Saúde da PM priorize o atendimento da mulher que foi vítima, independente de quem for o agressor, devendo prestar assistência multidisciplinar, a fim de preservar sua integridade física e psicológica. Os comandos regionais e o comando especializado da instituição devem promover um trabalho de qualificação profissional para que todos os policiais militares sejam instruídos quanto às previsões legais da lei Maria da Penha.

Esta qualificação profissional deve abordar também temas relacionados aos valores éticos e de respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva da equidade de gênero. Passados mais de 2 anos da determinação, começam a partir de setembro simpósios sobre o tema, que devem atingir 40% do efetivo total de 8 mil policiais militares do Estado. Segundo o corregedor, cerca de 3 mil policiais que integram os comandos regionais e especializados da baixada cuiabana (Cuiabá e Várzea Grande), vão ser os primeiros a participar dos encontros, que terão a parceira do Ministério Público.

As palestras e cursos voltados aos policiais têm como objetivo a prevenção, para que eles não se envolvam em crimes desta natureza, bem como para evitar a reincidência, para quem já o praticou. Os eventos vão conscientizar sobre a influência deste tipo de atitude em relação ao ambiente familiar pode prejudicar o trabalho, resultando em afastamento e até demissão do servidor, independentemente da ação criminal que responderá na esfera civil.

A tenente-coronel Rosalina Gomes Pinho, que comanda a Coordenadora de Polícia Comunitária e Direitos Humanos da PM, será uma das responsáveis pela qualificação. 

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