Setecentas e vinte e cinco pessoas foram presas pelas forças de segurança pública em ações deflagradas na operação “Interior Seguro”, de janeiro até 18 deste mês. As ações são resultados de planejamentos operacionais baseados em investigações da Polícia Judiciária Civil para identificar lideranças criminosas que fomentavam os índices de criminalidade nas cidades do interior e também operações integradas desenvolvidas em conjunto com a Polícia Militar.
O foco do trabalho está voltado aos crimes de roubos, furtos, tráfico de drogas, homicídios, entre outros delitos, que tiram o sossegam dos moradores.
Para o secretário Executivo de Segurança, Fábio Galindo, o resultado da operação Interior Seguro é altamente positivo. “Os trabalhos concentram de forma integrada os esforços das polícias para a saturação da criminalidade nas zonas quentes. É um trabalho perceptível para a sociedade e para as forças de seguranças”.
As operações desencadeadas com base em incursões de campo, levantamentos, monitoramento e técnicas de inteligência, resultaram em 655 ordens judiciais cumpridas, entre mandados de busca e apreensão e de prisão; 340 flagrantes lavrados, 159 veículos apreendidos, 172 armas de fogo retiradas de circulação, além de apreensão de cerca de cinco toneladas de drogas e de vários objetos de origem ilícita.
Nos números está inserida a última grande ação integrada realizada em todas as regionais, denominada “Boas Festas”, que terminou com 181 presos. O trabalho realizado entre 1º e 17 de dezembro, fez parte da operação “Interior Seguro”.
Em Sinop, cinco suspeitos de envolvimento na morte do empresário do ramo de venda de lubrificantes Paulo Terão, 46 anos, foram presos. A vítima foi rendida na porta de casa, na noite de 12 de junho. Seu corpo foi encontrado horas depois, às margens Rio Teles Pires, na BR-163.
Segundo a polícia, a quadrilha atuava no roubo de veículos sob encomenda e recebeu ordens de dentro de uma unidade prisional, em Cuiabá, para roubar uma caminhonete que seria trocada por drogas e armas.
De acordo com o delegado regional de Sinop, Sérgio Ribeiro Araújo, o esclarecimento de casos de homicídios e latrocínio neste ano está na média de 70%, além da redução dos índices de crimes contra o patrimônio após a criação da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos no município.
“As ações de enfrentamento a criminalidade tem sido muito positivas, graças ao fortalecimento das equipes de inteligência e ao combate focado nas principais atuações criminosas, estamos conseguindo um número maior de resolutividade nas ações, consequentemente aumentando a sensação de segurança da população”.
O tenente coronel da Polícia Militar de Sinop, Valter Luiz Razera, disse que a troca de informações entre as polícias, as ações conjuntas para cumprimentos de mandados e combate a crimes como o tráfico de drogas e contra o patrimônio tornam o trabalho da “Segurança Pública muito mais eficaz. “Trabalhando isoladamente, conseguimos atingir apenas uma parte da criminalidade. As ações integradas proporcionam o êxito total da ação”.
Em Rondonópolis, a operação prendeu 57 pessoas suspeitas de crimes, entre os dias 8 a 10 de dezembro. Apreendeu ainda 12.291 quilos de maconha, duas motos, 19 frascos de veneno, três computadores, R$15.548,90 reais, além de 74 outros objetos e materiais.
Em Cáceres, a operação Interior Seguro, deflagrada na madrugada do dia 4 dezembro, cumpriu cem mandados de busca e apreensão domiciliares que resultaram na lavratura de dez autos de prisão em flagrante e 20 pessoas presas no total, apreensões de drogas e produtos de origem ilícita.
O diretor do interior, delegado Wilson Leite, explicou que todo o trabalho de operações desencadeadas pelas delegacias do interior foi baseado em uma análise estatística da criminalidade, em que todo o efetivo, incluindo servidores administrativos, operacionais e núcleos de inteligência, esteve envolvido no mapeamento dos pontos em que os criminosos de maior potencial estavam agindo e onde os delitos de maior impacto estavam acontecendo.
Segundo o diretor, com o mapa da criminalidade e considerando o baixo efetivo em algumas delegacias do interior, foram feitos trabalhos intensivos, concentrando ordens judiciais, montando forças-tarefa e reunindo policiais civis de outras regionais e integração com a Polícia Militar para o desencadeamento das operações.
“Deste modo, a ação se torna eficaz não só por neutralizar as ações criminosas, como por permitir que os policiais de regionais distintas conhecessem outras realidades, aproximando unidades e trazendo reciprocidade às investigações”.
Para o diretor, o tráfico de drogas é a raiz de outros crimes e por isso foi o foco principal das operações realizadas no interior do Estado. “A repressão ao tráfico de drogas visa não só atender o clamor da sociedade como reduzir os índices de outros crimes desencadeados pela atividade, como furtos, roubos, estupros e homicídios”.
Dentro das operações, uma das maiores apreensões de droga do ano aconteceu no mês de junho, na BR-364, próximo ao município de Campos de Júlio (553 km a Noroeste), quando a Polícia Civil apreendeu 858 tabletes de maconha que totalizavam 753 quilos de entorpecente.
Em julho, em Pontes e Lacerda, a Polícia Civil apreendeu 458 quilos de pasta-base de cocaína, dentro de equipamentos agrícolas transportados em uma caminhonete.
Outra ação de destaque foi à operação “Boi Bandido”, realizada em junho, em Barra do Bugres, em que seis integrantes de uma organização criminosa que atuava fortemente no roubo de gado e defensivos agrícolas foram presos. Na operação, dois criminosos foram mortos e o delegado de polícia Nelder Martins Pereira e o investigador Antenor Francisco da Silva foram feridos por disparo de arma de fogo.
A quadrilha desarticulada agiu em vários roubos de gado e defensivos agrícolas pelas regiões Médio-Norte e Oeste de Mato Grosso e passou a ser monitorada pela Polícia, três meses antes da operação. Segundo a Polícia, 22 pessoas integravam a quadrilha, sendo que 16 foram presas durante as investigações. “São assaltantes que agiam com violência e usavam armamento pesado. Eles adentravam nas propriedades, rendiam famílias e funcionários, separavam e carregavam o gado em caminhões”, pontuou o delegado regional Alexandre Morais Franco.