Um gesto de agradecimento prestado pela mãe de uma vítima comoveu todos os policiais civis do município de São José dos Quatro Marcos (região Oeste). A delegada Ana Maria Machado recebeu, na última segunda-feira, uma carta e flores enviada pela mãe de uma adolescente, 17 anos, violentada e morta por um caminhoneiro em setembro do ano passado.
Na carta, a senhora agradece a delegada e toda sua equipe pelo empenho para localizar o corpo de sua filha. Em um dos trechos, aponta que "faz um ano de sofrimento. Estou depressiva e choro todos os dias, mas agora sei onde minha filha está, pois a senhora a encontrou. Não tenho mais alegria, me desculpe a letra, pois vivo trêmula. Muito obrigada e que Deus ilumine sempre todos vocês da Polícia Civil".
A mãe terminada a carta, assinando seu nome e novamente agradecendo pelo trabalho dos policiais. "Uma mãe grata pelos serviço prestado e a senhora 'tá' no meu coração. Jamais vou esquecê-la".
A investigação iniciou em São José dos Quatro Marcos com o desaparecimento da menor, no dia 29 de setembro de 2013, mas depois a Polícia Civil descobriu que ela estava morta e o corpo da jovem foi localizado em um barranco na Serra do Cacho, na região de Mirassol D’Oeste, mais de um mês depois dela ter sido assassinada.
O inquérito do assassinato da jovem foi concluído em novembro daquele ano. O crime foi cometido pelo caminhoneiro, 29 anos, indiciado por estupro, homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O corpo da adolescente foi encontrado no dia 4 de novembro, em estado avançado de decomposição
O caminhoneiro foi preso em Goiânia (GO) com apoio da Delegacia Estadual de Investigações Criminais e transferido, na semana passada, para São José dos Quatro Marcos. Com ele, a polícia encontrou o aparelho de celular da vítima, confirmando ser ele a última pessoa que teria estado com a jovem.
De acordo com a delegada, a notícia do desaparecimento da jovem foi comunicada à polícia no dia 29 setembro, pela família da adolescente, que informou que a garota havia saído na noite anterior para ir a um show sertanejo e não havia voltado para casa.
A princípio, a polícia iniciou as investigações com hipótese de crimes de sequestro ou cárcere privado ou tentativa de roubo, pois a mãe da adolescente havia recebido uma mensagem na madrugada do dia 29 de setembro, dizendo que a filha tinha sido sequestrada. No mesmo dia, policiais civis fizeram contato com familiares e amigos da vítima, até que chegaram ao caminhoneiro, em um frigorifico local, apontado como a última pessoa que teria estado com ela.
Na ocasião, o suspeito, que havia feito uma entrega na cidade, alegou aos policiais que não conhecia a vítima, que conversou por poucos instantes com a garota no show e com outras pessoas próximas a ela. “Ele de forma fria e calculista, disse aos policiais ainda que estaria à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos”, contou a delegada.
Em investigações de campo, a Polícia Civil refez todos os trajetos possíveis realizados pelo acusado no dia do crime, culminando com a localização do cadáver, na região de serra. Porém, o caminhoneiro já estava fora do Estado. Porém, uma equipe de policiais se deslocaram até Goiânia, onde ele foi preso.