O delegado Walter Fonseca, titular da delegacia de Lucas do Rio Verde, declarou ao Só Notícias, que vem crescendo o número de crimes cometidos no município. Só neste ano foram instaurados pela delegacia de Polícia Civil, 520 inquéritos. Ele aponta crescimento de 130% nos últimos quatro anos. “Cerca de 50% dos inquéritos são de violência doméstica. Quanto aos demais, os principais crime cometidos são furtos e tráfico de drogas", avaliou.
Quanto aos assassinatos, o delegado expõe que, mesmo não estando na lista das principais ocorrências, de janeiro até agora foram registrado 16 homicídios, sendo que 14 tiveram os responsáveis identificados, alguns presos e outros com mandados de prisão expedidos pela justiça. Apenas dois ainda estão sem esclarecimentos. O último homicídio foi na segunda-feira à noite, no bairro Ipê, onde um homem foi morto a tiros e o criminoso fugiu, de moto.
“Acredito que o crescimento do desemprego e a crise, influenciaram principalmente no aumento dos crimes patrimoniais. Porém, os principais gargalos são a legislação que, no meu entendimento, não é adequada para fazer frente a criminalidade. Desde 2012, com a lei das medidas cautelares, sofreu mais um enfraquecimento, pois permite que muitos criminosos aguardem em liberdade e a falta de vagas no sistema prisional e socioeducativo. Aqui em Lucas, temos o centro de menores (onde são internados os que cometem delitos) mas está com lotação máxima. Alguns menores, cientes da legislação e sabendo que não serão punidos, voltam a cometer crimes. Outra situação é falta de semi-aberto, que é quando o reeducando trabalha durante o dia e volta para prisão para dormir, com isso acaba que essas pessoas ganham a liberdade antes do que deveriam. Não dá para fazer segurança pública só com polícia”, declarou o delegado.
Walter ressaltou ainda, que tem trabalhado em parceria com a Polícia Militar, o que tem dado resultado positivo e aumentado o número de prisões em flagrante, dando uma resposta mais rápida à população. Hoje, o efetivo na delegacia é de oito escrivães e 15 investigadores e um delegado, "estrutura que não acompanha o avanço da criminalidade”, concluiu.