Foram soltos ontem, depois de oito meses presos, os madeireiros Wilson Antônio Rosseto, Daniel Tenório Cavalcante e Moacyr Eloy Crocceta, que estavam no presídio de Sinop. Eles foram detidos ano passado, na Operação Curupira, que desmantelou uma quadrilha que agia em Mato Grosso explorando o comércio ilegal de madeira.
O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu habeas corpus a seis pessoas, informa A Gazeta. Dos quase 200 mandados de prisão expedidos e cumpridos, apenas estes seis acusados ainda encontravam-se presos.
A Justiça Federal encaminhou um fax para o presídio de Sinop com o alvará de soltura dos envolvidos, presos por formação de quadrilha e corrupção passiva.
De acordo com o advogado do engenheiro Dirceu Benvenutti, José Petan Toledo Pizza, o ministro do STF, Gilmar Mendes, acatou o recurso por entender que a liberdade deles não traria perigo a ordem pública, bem como a aplicação da lei. Todos vão responder o processo em liberdade.
A Operação Curupira desarticulou um grupo que vinha atuando há anos em Mato Grosso. Em nove meses de investigação descobriu-se que existia um esquema de compra e venda de Autorizações para Transportes de Produtos Florestais (ATPFs) para pelo menos 600 madeireiras. Despachantes, empresários e fiscais do Ibama estavam envolvidos no esquema. A ação da quadrilha deixou um saldo de 46 mil hectares de área desmatada causando prejuízos estimados em R$ 890 milhões de lucro aos membros da quadrilha.
Em Junho do ano passado foram presas, pela Polícia Federal, cerca de 90 pessoas acusadas de envolvimento em extração ilegal de madeira, falsificação de documentos e outros crimes ambientais. Em Sinop, quando a operação foi delagrada, o ex-superintendente do Ibama Hugo Werle, que estava na cidade, foi algemado bem como ex-chefes do Ibama no município, servidores e ex-servidores, além de despachantes.
O então presidente da extinfa FEMA (Fundação Estadual de Meio Ambiente) Moacir Pires também foi preso. O tempo de permanência deles na prisão variou de um acusado para outro.
