A Justiça de Mato Grosso catou a denúncia do Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), em relação aos fatos investigados pela Polícia Judiciária Civil e Corregedoria Geral de Polícia em relação à Operação nominada “Abadom” e decretou a prisão dos 15 indicados como autores dos crimes investigados, entre elas o delegado João Bosco Ribeiro de Barros e sua esposa, a investigadora Gláucia Cristina. De acordo com Gazeta Digital, até esta tarde, 4 policiais civis já haviam sido presos.
A ordem de prisão contra o delegado Bosco e sua esposa ainda não havia sido cumprida pela Polícia Civil. O Ministério Público explicou que os mandados de prisões foram encaminhados para a Corregedoria da Polícia Civil para o devido cumprimento, por se tratar de alguns membros daquela instituição.
De acordo com os promotores de Justiça do Gaeco, que atuaram no caso, o casal em conjunto com um dos denunciados, agiram mediante recebimento/promessa de vantagem indevida no intuito de darem proteção e cobertura à atividade criminosa desencadeada pelo traficante de drogas.
Segundo a investigação, o acusado tinha sete apoiadores na atividade do tráfico. O grupo comercializava entorpecentes na capital e em várias regiões do Estado. Ainda de acordo com as investigações, a quantidade de entorpecente era expressiva e colocava a referida quadrilha como uma das principais distribuidoras de pasta base para outros fornecedores do interior de Mato Grosso.
Consta também que durante a investigação, o gerente do negócio ilícito foi sequestrado por investigadores, que que tentaram durante o período obter vantagem ilícita do traficante sob o argumento de liberação do mesmo.
Na análise dos promotores, a investigação foi muito bem conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes, o que possibilitou ao Gaeco que postulasse judicialmente a decretação da prisão preventiva de todos os envolvidos, sendo que o Poder Judiciário acatou a representação ministerial e expediu mandado de prisão em relação a todos os envolvidos no cenário.
“O trabalho investigativo da Polícia Judiciária Civil informa com tranquilidade que o traficante de entorpecentes, bem como parte de seu núcleo de associados, lograram obter do delegado de Polícia João Bosco e de sua companheira, a investigadora de Polícia Gláucia Cristina, a promessa de proteção às atividades criminosas, com a promessa de pagamento de propina a referidos servidores, sendo que durante as investigações também surgiu no cenário criminoso os Investigadores de Polícia lotados na Derf, que, de forma vergonhosa sequestraram um funcionário do traficante e exigiram dele a quantia de R$ 180 mil para a liberação de seu funcionário”, explicam os promotores.
Os promotores acrescentam ainda que “neste momento fica claro que referidos servidores além de desvirtuarem sua atuação funcional, atuaram de forma criminosa perante a sociedade, que espera dos poderes constituídos o cumprimento de seus deveres com respeito à sociedade. As referidas atitudes são e, sempre, serão veementementes apuradas para que criminosos vinculados ao Estado sejam punidos de forma exemplar , visando evitar que a impunidade sirva como elemento a fomentar a prática de ilícitos na sociedade mato-grossense”.
(Atualizada às 20h45)