O juiz da comarca de Juara, Douglas Bernardes Romão, negou o pedido de prisão preventiva feita pelo delegado Joaz Gonçalves, na última segunda-feira, dos dois policiais militares acusados de formação de grupo de extermínio no município.
Douglas ressalta que as provas que incriminam os soldados são insuficientes para efetuar a prisão. O delegado Joaz encaminhou o pedido alegando que algumas testemunhas estavam sendo ameaçadas pelos acusados, o que estaria atrapalhando as investigações.
Mas, conforme o comandante da PM, Roberson Dias Pereira, os soldados foram afastados dos serviços de rua desde o dia em que sofreram as acusações, e nesta semana foram encaminhados para Sinop. Roberson disse ao Só Notícias que estaria havendo “parcialidade nas investigações” e que o delegado estava “denegrindo a imagem da corporação”.
Os policiais tiveram quebra de sigilo telefônico e uma sindicância está sendo feita pela PM para apurar os fatos.
As suspeitas de que os soldados estariam envolvidos em vários assassinatos no município surgiu depois da morte do ex-presidiário Ricardo Campos. Ele teria feito uma ligação para um dos PMs e saído para se encontrar com ele. Cinco dias depois, foi encontrado o corpo de Ricardo, sem a cabeça e com os órgãos genitais esmagados.
No mês de agosto, outro corpo tinha sido encontrado em um matagal próximo a Juara, também sem a cabeça e sem os órgãos genitais. Outros dois corpos também foram encontrados no local, alguns meses atrás.
E no último sábado, duas ossadas também foram encontradas no local. Conforme o delegado Joaz, as vítimas teriam sido executados com no mínimo quatro tiros na cabeça, cada.
Nos próximos dias o delegado deve continuar as investigações e ouvir mais testemunhas.