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Jovem que tentava suicídio em Cuiabá é imobilizado com arma não letal

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“O momento era de aplicar as técnicas que aprendi durante o curso de capacitação sobre o uso da pistola Taser e efetuei o disparo. Alguma coisa precisava ser feita para conter aquele rapaz e evitar uma tragédia”. O relato é do soldado Aristeu Antônio da Silva Filho, da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (ROTAM), subordinada ao Batalhão de Operações Especiais (BOPE), que fez uso, pela primeira vez, da arma não letal, salvando a vida do rapaz, de aproximadamente 23 anos, que ameaçava se matar.

O fato teve inicio por volta das 7h30 da segunda-feira (24/12) e a ação da polícia durou pouco mais de uma hora. O rapaz, que segundo informações dos policiais é usuário de drogas, encontrava-se sozinho numa residência, no bairro Carumbé, em Cuiabá, e ameaçava se matar. Ele estava sob posse de duas facas e próximo a um botijão de gás, que poderia explodir. Após várias tentativas para conter o rapaz, o soldado Aristeu foi autorizado pelo comandante do BOPE, tenente coronel José Antonio Gomes Chaves, a usar a pistola Taser.

O disparo foi efetuado a uma distancia de segurança diante da situação e o rapaz ficou imobilizado por alguns segundos, tempo suficiente para que os policiais o imobilizassem. O rapaz foi encaminhado para o hospital Adauto Botelho para eventuais exames. Após o registro do boletim de ocorrência, ele foi liberado e passa bem. Participaram da operação aproximadamente dez policiais do 3º Batalhão, oito policiais da Rotam e uma equipe do SAMU.

Para o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Carlos Brito, a ação demonstra a importância do uso do armamento pelos policiais, já que no momento da tentativa de suicídio, se revelou a alternativa mais oportuna. “O policial, no seu dia a dia, fica dividido entre a responsabilidade de ter que fazer e de fazer”, declarou Brito, enfatizando que “a Taser não substitui as armas de fogo, mas se propõe a ser uma etapa intermediária nas ações policiais”.

As armas não letais foram adquiridas pelo Governo do Estado e entregues ao Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar e a Gerencia de Operações Especiais (GOE) da Policia Civil, em outubro. Cerca de 300 policiais foram capacitados para uso do armamento. O equipamento reduz significativamente o risco de morte, contudo, continua sendo uma arma.

Taser – A pistola Taser é um dispositivo eletrônico de contenção. Ao ser acionada causa incapacitação neuromuscular, que provoca imediata perda do controle neuromuscular, debilitando temporariamente mesmo os indivíduos mais fortes, com risco mínimo de ferimentos. Nos Estados Unidos, onde a arma já é utilizada desde o ano 2000 por alguns departamentos de polícia, o número de tiroteios envolvendo a polícia e suspeitos praticamente reduziu a zero. Nos locais onde foi implantada a pistola Taser, foi verificada também a redução do emprego de armas de fogo, numa média de 80%.

A pistola funciona através de um sistema de propulsão, que lança dois dardos à uma distância de até dez metros. Estes dardos penetram na roupa do suspeito, aderem ao corpo e liberam uma descarga elétrica a uma baixa amperagem. A pistola possui mira laser acoplada, que elimina a margem de erro e garante a eficácia do disparo. Seu uso representa diminui os riscos algum para a saúde do atingido, se comparada com a arma de fogo tradicional.

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