A investigadora da Polícia Judiciária Civil, Maria do Carmo Silva Costa, de 65 anos, foi presa após atirar na cabeça do marido, José Petrúcio Leandro Silva, 52. Segundo o boletim de ocorrências, registrado pela Polícia Militar, o homicídio foi na residência do casal, no bairro São Matheus, em Várzea Grande, no início da tarde deste domingo (8).
Testemunhas relataram aos policiais que Maria do Carmo e José Petrúcio começaram a discutir após beber uma quantidade expressiva de vinho. José teria proferido xingamentos à mulher e tentado agredi-la. Para tentar acabar com a briga, a policial teria se trancado no quarto. Porém, o marido continuou gritando com a mesma e teria ficado batendo na porta. Foi quando Maria do Carmo saiu, com o revólver calibre 38 na mão.
Um dos policiais que atendeu a ocorrência disse que, segundo testemunhas, José Petrúcio continuou intimidando a mulher e pedindo para “ela atirar se tivesse coragem”. Ela acabou efetuando um disparo que atingiu a cabeça do marido. O homem foi socorrido pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência (Samu) e encaminhado ao Pronto-Socorro de Várzea Grande em estado grave. Segundo o setor de Assistência Social, cerca de 1h20 depois, ele faleceu.
A investigadora foi presa em flagrante e encaminhada ao Cisc Parque do Lago. Familiares se mobilizaram na unidade para prestar apoio à acusada e pediram para que a imagem da mesma fosse preservada.
Segundo os policiais militares que estiveram no local do crime, esta não foi a primeira vez que o casal discutiu. Alguns familiares e vizinhos teriam relatado que Maria do Carmo já tinha sido agredida outras vezes pelo marido, e “estaria cansada da situação”. O delegado Carlos Freez disse que não poderia comentar sobre o caso, mas constatou sinais de agressão contra a investigadora.
O diretor metropolitano da Polícia Civil, Marcos Veloso, informou que a policial foi indiciada em flagrante e ficará à disposição da Justiça “como qualquer outra pessoa comum”. Também destacou que a Corregedoria abrirá um procedimento administrativo para investigar a atitude da mulher, que atuava há vários anos na corporação.
Veloso não confirmou se a arma utilizada por Maria do Carmo era de uso policial, o que também deve ser apurado pela Corregedoria. Ele disse que a aplicação de alguma punição vai depender do trabalho investigativo.