quinta-feira, 28/março/2024
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Ibama investiga se índios fazem extração ilegal de madeira no Nortão

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Mais de 50 empresas madeireiras dos municípios de Sinop, Vera, Feliz Natal e Sorriso, entre outros da região estão sendo investigadas por trabalharem com madeira ilegal retirada da área indígena do Parque Nacional do Xingu. A investigação está sendo feita pela equipe de fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) e agentes da Polícia Federal que prenderam, ontem, um empresário de Nova Ubiratã, Marcelo Alberto Fávero e seu funcionário, Sidnei Medeiros, sob a acusação de extração ilegal de madeira.

Conforme o técnico ambiental e coordenador da operação, Jorge Gotardo Waterkemper, após a detenção dessas duas pessoas, foi possível chegar a outros nomes de madeireiros que retiram a madeira ilegal, utilizam para a própria produção e revendem para outros madeireiros.

“Existem muitas pessoas envolvidas. Acredito que na semana que vem tenhamos alguns nomes já confirmados. O que estamos buscando agora é algum documento que comprovem isso”, explicou, há instantes, ao Só Notícias.

Jorge afirmou ainda que “a maior parte dessa madeira ilegal está sendo retirada pelos próprios índios da reserva”. Das 14 tribos que existem no parque, uma está retirando madeira e vendendo, trocando por camionetes, armas, alimentos e casas. Até o momento, cerca de 50m³ mil de madeira, da espécie Itaúba, já foram extraídos de uma área de aproximadamente 500 hectares.

Após a operação desencadeada pelo Ibama, os índios se rebelaram e fizeram 4 pessoas reféns, sendo um funcionário do Ibama e 3 da Fundação Nacional de Índios (Funai). A exigência dos índios é que seja feita a regularização da retirada de madeira da reserva. Agentes da Funai, Ministério do Meio Ambiente e Ibama já estão tentando negociar a liberação desses reféns.

“São 42 pessoas da tribo que estão mantendo os funcionários de reféns. Quando nós chegamos lá, vimos crianças de 12 anos com armas. O cacique Ararapan fazia provocações, nossos veículos foram amassados, mas felizmente não revidamos e saímos de lá sem feridos. Agora estamos tentando a liberação dos reféns. Mas o que eles estão cobrando, que é a regularização de retirada de madeira da reserva, é impossível, pois a lei das áreas de conservação não permite isso”, explicou, Jorge.

Conforme Só Notícias já informou, além da prisão do empresário e seu funcionário no local, uma fazenda próximo a Nova Ubiratã (160km de Sinop), cerca de 120m³ de madeira irregular, 2 caminhões, uma carreta, dois revólveres calibre 38 e pele de animais silvestres, foram apreendidos. Os detidos de ontem estão sendo acusados de retirada irregular de madeira, grilagem de terra, caça ilegal de animais silvestres, trabalho escravo e porte ilegal de arma de fogo.

Uma equipe com aproximadamente 20 pessoas, com o auxílio de um helicóptero, está trabalhando na operação. Agora os fiscais estão monitorando a região para delimitar qual a extensão da área que foi desmatada e que estava sendo grilada.

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