O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) detalhou hoje o balanço da operação Xapiri-Sararé iniciada no dia 1º de agosto, para combater o garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda (região Oeste), território tradicional do povo Nambikwara. A ação já resultou na destruição de uma ampla estrutura utilizada para a extração clandestina de ouro e outros minérios.
Até o momento, as equipes de fiscalização inutilizaram 73 escavadeiras, 8 caminhonetes, 10 caminhões, 66 motores, 17 motocicletas e 148 acampamentos. Também foram apreendidos 33 mil litros de combustível e 10.794 gramas de mercúrio — metal altamente tóxico usado no processo de separação do ouro e que pode contaminar rios e solos.
Em propriedades rurais próximas, que funcionavam como pontos de apoio logístico ao garimpo, o Ibama destruiu depósitos clandestinos de combustível e oficinas de manutenção de maquinário pesado.
A TI Sararé lidera, em 2025, os alertas de garimpo ilegal no Brasil, com 1.814 detecções, segundo monitoramento do Ibama. O avanço da atividade clandestina está associado à migração de garimpeiros após a intensificação de ações do Governo Federal em outras regiões onde ocorriam a extração ilegal de minérios, além da facilidade de acesso ao território.
Segundo o Ibama, a exploração já resultou na supressão de 743 hectares de vegetação nativa, causando sérios danos ambientais e sociais, como rios e igarapés contaminados por mercúrio e resíduos oleosos, além de assoreamento. Também houve desmatamento, com perda de cobertura vegetal e degradação de habitats, além de ameaça cultural, com impactos diretos no modo de vida e nas tradições do povo Nambikwara.
Desde 2023, o Ibama vem intensificando as ações de repressão à atividade ilegal. Mais de 300 escavadeiras utilizadas no garimpo foram apreendidas e destruídas, além de motores e outros equipamentos. O Instituto informou que seguirá atuando, por tempo indeterminado, para conter o avanço do garimpo ilegal e proteger a Terra Indígena Sararé.
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