Carlos Alberto Oliveira Júnior, 31, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por homicídio qualificado, pela morte do policial militar Elcio Ramos Leite. Contra o acusado também foram oferecidas as denúncias de tentativa de homicídio contra Wanderson José Saraiva, o outro policial militar envolvido na ação, e por posse de arma de fogo.
Segundo o promotor de Justiça Jaime Romaquelli, Carlos Alberto auxiliou, de certa forma, o irmão André Luiz de Oliveira na prática do homicídio. “Pois manteve imobilizado, por alguns segundos, o policial Saraiva, criando condições para que André utilizasse a arma que tinha consigo e matasse o policial Elcio”, explica em trecho da denúncia.
Romaquelli ressalta ainda que o crime contou com quatro qualificadoras, sendo elas o motivo torpe, a impossibilidade de defesa da vítima, a prática de um crime para esconder outro e também a prática de um crime contra um agente de segurança pública. De acordo com a denúncia, consta no inquérito policial que os policiais militares foram designados para levantar informações a respeito da comercialização ilegal de armas de fogo que vinha sendo praticada por meio do aplicativo de celular “WhatsApp”, na região do CPA, em Cuiabá.
Carlos Alberto e André, segundo as investigações, estariam oferecendo um revólver, calibre 38, em grupos do aplicativo. “Pelo que deu para perceber, os irmãos estariam se ajudando nesse sentido, sim”, apontou o promotor. A arma em questão, inclusive, foi a utilizada por André para matar Elcio. Na tarde do dia 2 de agosto, os policiais militares, à paisana, marcaram encontro com Carlos Alberto próximo ao terminal do CPA 2, se dizendo interessados em adquirir a arma.
Uma operação foi montada para dar suporte aos dois policiais caso o crime fosse constatado e a prisão em flagrante tivesse de ser realizada. Do terminal, Carlos Alberto seguiu com os militares até sua residência, onde funciona uma distribuidora de água, no CPA 3. Saraiva percebeu que o suspeito estava com uma arma na cintura e se recusou a entrar no quintal e na residência.
Segundo a Promotoria, nesse momento, Carlos Alberto agiu com violência na tentativa de obrigar o policial a entrar, foi quando entraram em luta corporal. André, que estava dentro de casa, sacou de um revólver e foi dar apoio ao irmão, apontando a arma para Elcio, o atingindo com um tiro na cabeça.
Outro inquérito, que apura a morte de André está sendo conduzido, conforme ressaltou Jaime Romaquelli. A previsão é que o resultado das investigações seja apresentado nas próximas semanas, dentro dos 30 dias previstos para a realização dos trabalhos. “Velamos para que tudo seja feito de forma bem clara”, frisa.
Romaquelli informou que foram ouvidas as pessoas que estavam presentes no local, na hora do crime, e estão sendo agendadas outras oitivas, com outras testemunhas, inclusive com os policiais presentes, além de serem feitas algumas diligências para esclarecer o que aconteceu que resultou na morte de André, suposto responsável por atirar contra Elcio Ramos. André foi morto após ser rendido durante o cerco policial. A vítima era procurada por ter matado o militar. Aproximadamente uma hora após a execução de Elcio, André foi preso em uma casa vizinha a dele por outro militar, integrante do setor de Inteligência do 24º BPM. Ao ser encontrado, André levantou as mãos para cima e anunciou não estar armado.
Os policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) chegaram ao local e minutos depois, dois barulhos altos foram ouvidos. Logo depois, o corpo de André saiu na carroceria da caminhonete do Batalhão. Horas depois, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) informou que André era investigado por envolvimento no comércio de arma de fogo, pelas redes sociais, contudo, não explicou as circunstâncias da morte do acusado.