Madeireiros, engenheiros florestais, fazendeiros e servidores da Sema região Norte estão sendo presos, desde às 06:00hs, em operação do Gaeco e promotoria do Meio Ambiente, executada pelas delegacias Fazendária e de Meio Ambiente da Polícia Civil de Mato Grosso, acusados de crimes ambientais, fraudes em planos de manejo florestal (obrigatórios para extrair madeira das florestas), venda de documentos florestais e formação de quadrilha. As fraudes podem chegar a R$ 58 milhões e vinham sendo cometidas há cerca de dois anos. De acordo com o Ministério Público, são 83 mil metros cúbicos de madeira ilegal.
Surgiram fortes indícios que alguns créditos obtidos pelos empreendimentos para comercialização de madeira, foram transacionados apenas via sistema (CC-SEMA), porém, com graves incompatibilidades entre o que foi declarado nos relatórios on line (GFs inclusive) e a exploração constatada em campo nas respectivas áreas ou até mesmo com a própria natureza da vegetação (volumetria existente).
Conforme Só Notícias informou em primeira mão, são 75 mandados de prisão, no Nortão, expedidos pelo juiz José Zuquim Nogueira, do Juizado Ambiental, de Cuiabá. O maior número de mandados foi para Sinop: 19. Em Cuiabá são 9 -mesmo número de Juara-, 7 em Marcelândia, 5 em Feliz Natal, 3 em São José do Rio Claro, 3 em Várzea Grande, 2 em Alta Floresta, 2 em Carlinda, 2 em Claudia e há um mandado de prisão para um acusado que está em Ourinhos (SP).
Em Sinop, até agora, há pelo menos 16 presos entre madeireiros, engenheiros e fazendeiros. Eles foram encaminhados para a delegacia municipal. Os mandados de prisão são de 5 dias. O delegado Rogerio Modeli começa a ouvir os depoimentos hoje à tarde e já adiantou que deve pedir a prorrogação de alguns. Parte ficará presa em Sinop e outros serão levados para Cuiabá. De acordo com o delegado, engenheiros, fazendeiros, madeireiros e servidores são acusados de falsificar planos de manejo.
“O esquema funcionava com projetos que tramitaram rapidamente na Sema e que foram aprovados, com intituito de esquentar madeira que estava no pátio e não de retirar madeira da floresta verdadeira finalidade do projeto”, explicou. “Servidores da Sema arquitetaram estes tipos de crimes beneficiando madeireiros e fazendeiros. Foi a própria secretaria que fez auditoria, identificou estas fraudes, repassou para a promotoria e agora estamos iniciando estas investigações”, explicou o delegado Modeli.
Guilhotina
A operação levou este nome por cortar papel e “cabeças”. São 21 delegados, 11 escrivães e 130 policiais estão trabalhando no caso.
(Atualizada às 12:41hs)
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