Agentes da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) de Mato Grosso auxiliaram na prisão de duas mulheres apontadas como líderes de uma organização criminosa em Sorriso. Segundo o delegado Bruno França, a segunda acusada é apontada como “responsável pelo início da guerra de facções que assolou nossa cidade no início de abril de 2022 e que dura até hoje, apesar de agora estar com os ânimos controlados. Durante um ano e meio, ela junto com seu ex-marido, submeteu nossa cidade a uma onda de terror com mais de 100 homicídios ocorridos sobre a tutela e a orientação desse casal.”
“Só de Sorriso, nós temos três mandados de prisão abertos por homicídio que foram cumpridas em desfavor dela. Ela foi presa em 2022, todavia, nesse absurdo jurídico que é o Brasil, foi colocada em liberdade, porque estava grávida, enquanto via sua filha nascer e enterrou mais de 100 filhos de outras pessoas”, disse o delegado.
Ainda segundo o delegado, ao iniciar a prisão domiciliar, a acusada fugiu para o Rio de Janeiro, onde esteve escondida durante três anos. “Ela foi novamente presa, juntamente com uma outra menina que era foragida dos colegas da DERF de Sinop, esposa de um dos chefes do crime organizado do Estado, tem um histórico voltado pro crime, vem de uma família de puro sangue de criminosos. Nós prendemos a mãe dela no Rio de Janeiro no passado, a irmã dela que estava com ela no Rio de Janeiro, possui três mandados de prisão em aberto por homicídio em Sorriso.”
França ainda ressaltou que a ‘dominância’ das mulheres no crime organizado é consequente às políticas “absurdas do Brasil de dificultar a prisão de mulheres, principalmente se tem filhos, considerando que a reprodução é uma parte da vida humana, a mulher adulta provavelmente vai ter filho, isso acaba refletindo numa situação em que as mulheres estão livres para chefiar o crime organizado.”
Bruno também explicou que a mulher já não estava à frente do grupo desde 2023, e não era mais responsável por ordenar mortes. “Todavia, continuava trabalhando de forma permanente no tráfico de drogas, então, a pessoa que tem um vínculo intersociável da organização criminosa faz parte do alto escalão da facção, não se trata de um membro comum, e a gente espera, sinceramente, que dessa vez nunca mais venha a ser colocada em liberdade.”
“A análise que a Polícia Civil tem dessa situação é que houve uma troca de gestão do crime organizado, em que essa mulher assumiu o comando aqui, era uma pessoa extremamente desorganizada e desonesta, até para os padrões da organização criminosa. Essa má gestão acabou gerando um questionamento de membros que ela passou a punir de forma descontrolada com homicídios ordenados, ou com torturas, isso causou revolta por parte dos criminosos, com a fundação de outra fundação criminosa, que depois se unindo a outra, e acabou desencadeando todo esse problema que tivemos aqui.”
Conforme Só Notícias já informou, as duas mulheres foram presas em um shopping em Jacarepaguá (RJ) no último fim de semana em ação integrada entre a Polícia Civil de Mato Grosso com o Rio de Janeiro.
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