Uma operação conjunta entre fiscais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) apreendeu aproximadamente 1,2 mil metros cúbicos de madeira em uma madeireira de Marcelândia advindos de desmatamento ilegal em propriedades da região. A multa aplicada ultrapassa R$ 389 mil. O proprietário foi preso, mas responde o processo em liberdade.
Conforme o superintendente de Fiscalização da Sema, major PM Fagner Augusto do Nascimento, a quantidade de madeira equivale a 30 caminhões enfileirados, que continuam na madeireira até uma decisão da justiça. A descoberta dessa madeireira surgiu do monitoramento realizado pelas equipes de fiscalização por meio da varredura dos programas de controle da Amazônia (SAD-Imazon/Inpe) que identificou uma área de esplanada e aberta sem autorização no meio da mata. “A partir desse ponto de desmatamento, a equipe de inteligência chegou ao local de estoque do material ilegal”.
Ele explica que as equipes estão trabalhando nessa região desde o dia 7 de setembro, vistoriando diversos pontos identificados pelos satélites com suspeita de desmatamento ilegal. Neste primeiro momento, a multa recaiu apenas sobre a madeireira, mas a equipe de geoprocessamento da Sema já está fazendo a verificação detalhada das imagens para aplicar sanção e/ou mesmo criminalizar os proprietários de onde essa madeira foi extraída. “Em se tratando de área de preservação permanente (APP) ou reserva legal, a multa sobe de R$ 1 mil para R$ 5 mil por hectare, e há responsabilização criminal”.
As últimas apreensões de madeira em Mato Grosso aconteceram no dia 29 de julho, quando foram localizados 350 m³ de madeira em tora extraída ilegalmente em um sítio, no munícipio de Comodoro , durante uma operação realizada em parceria pela unidade da Sema de Cáceres, Polícia Ambiental, Polícia Judiciária Civil e Exército Brasileiro na divisa com Rondônia e Bolívia. Além da madeira, que equivale a montante de 10 caminhões, foi apreendido um trator de esteira que ficou na Delegacia do Município. O responsável por esse crime foi multado em R$ 92 mil.
Já no dia 22 de julho, a unidade da Sema de Alta Floresta apreendeu 600 lascas e 98 mourões da madeira itaúba sem documentação de comprovação de origem, o equivalente a 2 carretas de madeira que seria utilizada na construção de cercas, no município de Nova Canaã do Norte. O proprietário da fazenda foi multado em R$ 10,6 mil. A madeira ficou depositada no pátio da Secretaria Municipal de Obras para ser doada à prefeitura. “Essa fiscalização decorreu de denúncias, o que demonstra a confiança da população no trabalho da instituição, além do avanço na conscientização quanto a prática de crimes ambientais”, afirmou o diretor da unidade de Alta Floresta, Vinicius Rezek.