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Exclusivo:caminhoneiro que ficou amarrado no mato em Sinop relata seu drama

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O dia 16 de abril, em Sinop, nunca mais sairá da memória do caminhoneiro José Bastos, 46 anos, que foi assaltado e ficou 24 horas acorrentado em uma mata na reserva florestal ao lado do armazém da Conab, nas proximidades do Jardim Celeste. José mora em São Paulo e há oito anos vem a Sinop transportar madeira com seu caminhão Mercedes Benz 1313, azul, placas BWK 47 41, que os ladrões levaram. Sexta-feira à noite ele estava chegando num posto, às margens da BR-163, quando um homem vestido com camiseta da polícia mandou ele parar. José obedeceu, pensando que era uma blitz. Estava enganado. Era um ladrão se passando por policial. O drama deste caminhoneiro, casado, pai de três filhos estava começando.

Ontem, José concedeu entrevista ao Só Notícias, onde relatou: “Fiquei cara-a-cara com a morte”.

Só Notícias: O assaltante agiu sozinho quando lhe dominou?

José Bastos: “Sim. Eu ia tranqüilamente, devagar, porque estava chegando no posto onde sempre parava para abastecer, tomar banho e me alimentar. Eu vi aquele sujeito com camiseta da polícia e parei. Ele subiu na cabine e apontou uma pistola para mim. Mandou que eu fosse para o outro lado e ele assumiu a direção. Ele começou a dirigir e lá embaixo (nas proximidades do Jardim Celeste, ao lado de um armazém) tinha outro ladrão.

Só Notícias: Você tentou reagir ?

José Bastos: “Não. Ele deixou bem claro que, se eu fizesse isso iria me matar. Quando chegamos neste local, que era bem escuro, eu desci do caminhão e corri. Eu estava morrendo de medo. Mas tinha que arriscar. Quando corria só fiquei com medo de levar um tiro nas costas e ficar paraplégico. Era muito escuro e acabei caindo. Eles me pegaram e levaram para o mato. Aí pensei: é meu fim, mas por Deus eles não me mataram. Me amarraram, mas não me bateram, não me machucaram. Um dos ladrões ficou comigo o tempo todo no mato. Ele saía para pegar água e acho que ele também mantinha contato com o outro que levou meu caminhão.

Só Notícias: O que passava pela sua cabeça quando estava acorrentando ?

José Bastos: “Senti medo de morrer. Pensava na minha família. As formigas e outros bichos me mordiam. Era terrível. Não consegui pregar o olho um instante. O ladrão conversava comigo. Ele tentava me confundir. Uma hora dizia que eu acharia, mais tarde, meu caminhão. Outra hora dizia que só queria os pneus.

Só Notícias: Como foi quando o ladrão te libertou ?

José Bastos: “Ele tinha saído. Quando voltou me avisou que iria me soltar. Ele continuava armado. Falou que era para mim ‘ir para um lado que ele iria para o outro’. Obedeci e saí. Tava meio fraco. Era noite e só via o clarão das luzes nos bairros em volta (José ficou amarrado em uma reserva florestal próximo ao armazém da Conab). Consegui sair do mato, pedi informação para uma pessoa e avisei a polícia.”

Só Notícias: O que você pensa em fazer agora ?

José Bastos: “Em primeiro lugar dou graças a Deus por estar vivo. Ficou com a esperança que encontrar meu caminhão que é o meu ganha pão. Ele não tinha seguro. Não importa se estiver faltando alguma coisa. Dou um jeito de consertar. Ainda bem que eles não levaram minha carteira com talão de cheque e cartão de crédito. Eu fui com a polícia no local hoje (domingo) e encontrei minha carteira bem perto de onde fiquei acorrentado”

Ontem de manhã, José foi a um supermercado, no centro de Sinop, comprou uma calça e uma camisa. Sua mala com roupas estava no caminhão. No carro de reportagem de Só Notícias ele foi até o posto onde sempre abastece. Tomou banho, se alimentou, telefonou para a família avisando que está bem e, à tarde, foi para a rodoviária onde pegou ônibus e seguiu para São Paulo.

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