Uma das atividades mais lucrativas do planeta, o narcotráfico tem hoje o Brasil como um dos seus principais polos de consumo. Apesar de não produzir boa parte da droga, o país influencia até mesmo as cotações usadas no mercado do tráfico. Para combater esse negócio internacional dentro do país, o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri disse que é essencial reconhecer a importância da atuação nas fronteiras e o trabalho conjunto de inteligência das polícias dos estados. "Temos que sair do formalismo e começar a trabalhar criativamente, dentro do espectro legal,
para que todo mundo assuma que é pelas fronteiras que as drogas e armas que as sustentam estão passando.
Além de uma forte atuação de repressão qualificada nas cidades, temos que ter mais parceiros na atuação nas
fronteiras", afirmou Balestreri, durante assinatura de convênios de cooperação técnica para integração operacional e reaparelhamento das delegacias de Polícia Civil unidades policiais que são especializadas no combate ao narcotráfico. De acordo com o secretário, o projeto de integração operacional começa por 11 estados: Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Pará, Acre, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que estão mais articulados na área, mas será estendido aos demais. Cada um deve receber, ainda este ano, R$ 500 mil. "É um recurso para começar o processo de padronização do trabalho entre os estados e será usado na compra de softwares e equipamentos de comunicação e investigação." O efetivo brasileiro, acrescentou ele, está dentro do padrão internacional. "Trata-se de ter uma gestão competente e com mais serviço de inteligência"
O superintendente da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Aloísio Franco Oliveira, disse que seu estado tem a maior fronteira seca do país, com o Paraguai e a Bolívia, e o intercâmbio de informações com outras unidades da Federação facilita muito o trabalho. "Crime organizado se combate muito mais com serviço de inteligência do que com armamento e pessoal. As armas e drogas que chegam ao Rio de Janeiro passam por Mato Grosso do Sul. Então, temos que conversar cada vez mais", afirmou o superintendente da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul. O secretário de Segurança do Paraná, Aramis Linhares Serpa, também destacou que as operações conjuntas de inteligência combaterão com o narcotráfico com mais eficácia. "O trafico de drogas não tem fronteiras. Então, temos que trabalhar em conjunto para que os estados não atuem isoladamente", disse o secretário de Segurança.