As equipes de fiscalização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) localizaram mais 600 metros cúbicos de madeira prontas para embarque, durante uma operação iniciada há cerca de três semanas na Reserva Extrativista (Resex) Guariba Roosevelt, em Colniza (1 mil quilômetros de Cuiabá). Essa madeira equivale a cerca de 200 toras, aproximadamente 40 caminhões, que estavam dispostas em quatro novas esplanadas no meio da mata.
Conforme o coordenador de Unidades de Conservação e Áreas Protegidas da Sema, Alexandre Batistella, também foram localizados e destruídos esta semana quatro novos acampamentos. Além disso, na última sexta-feira (30), a Polícia Civil da região apreendeu quatro caminhões carregados, e prendeu seus respectivos motoristas, por tentar sair da Resex com a madeira advinda de desmatamento ilegal. “O Governo do Estado vai manter a fiscalização intensificada neste período até que se intensifique as chuvas e com elas a área da unidade esteja completamente isolada, para que nenhuma ação criminosa seja realizada. Paralelamente, estamos empenhados em encontrar os líderes dessa quadrilha”.
Nesse período, o total de madeira apreendida na Resex já chegou a 1.260 m³, o equivalente a 80 caminhões. Já foram encontradas 13 esplanadas no meio da mata, que são os espaços onde estavam oito acampamentos ilegais, que serviam de base para os trabalhadores que atuavam no desmatamento, carregamento e escoamento do produto. Por enquanto, apenas 10 pessoas foram presas e um trator de grande porte e uma motocicleta foram apreendidos. Mas o monitoramento continua para chegar até outros equipamentos que estão escondidos na floresta, que segundo Batistella, caso sejam descobertos serão destruídos para efeito de descapitalização da quadrilha.
Como medida de segurança, duas pontes que davam acesso à reserva foram derrubadas no início da operação, restando apenas uma via que é de difícil acesso e está sendo monitorada 24h, porém, é por onde o bando está tentando retirar a madeira localizada pelo Governo do Estado. As pontes serviam para passagem de carga pesada, o que demonstra a criação de uma megaestrutura para um processo de intensa exploração de madeira dentro dessa unidade de proteção que seria ‘esquentada’ por madeireiras da região. “Quero frisar que além dos crimes ambientais, essas pessoas estão colocando em risco a vida dos povos tradicionais da Resex e de índios isolados que vivem na divisa com a unidade”, acrescenta o coordenador.