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Dois vereadores são presos pelo GAECO, transferidos para Sorriso e rebatem acusações

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Dois vereadores de Nova Ubiratã, Reinaldo de Freitas, conhecido por “Freitas”, e José Itamar Marcondes, o “Itamar” foram presos, esta manhã, na operação realizada pelo Ministério Público Estadual e Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Eles são acusados de chefiarem o tráfico de drogas no município, informa a assessoria da promotoria e foram encaminhados para o Centro de Ressocialização em Sorriso. O vereador Itamar também responderá por porte ilegal de armas. No momento da prisão, o Gaeco encontrou em seu poder um revólver calibre 38.

Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão. De acordo com o Ministério Público, além dos vereadores mais seis pessoas foram denunciadas e já estavam presas. Elas são acusadas de tráfico de drogas, associação ao tráfico e corrupção de menor. A denúncia inclui, ainda, dois advogados que não estão presos, mas irão responder por coação no curso do processo, ameaça e oferecimento de vantagem indevida para alteração de depoimentos.

Consta na denúncia, que integrantes do grupo chegaram a oferecer uma quantia de R$ 15 mil para a execução de policiais militares que atuavam no caso. Os acusados, segundo o MPE, praticaram de forma reiterada os crimes de tráfico de drogas previstos no artigo 33 da Lei 11.343/06. Além da venda de entorpecente, eles adquiriram, preparam, transportaram, armazenaram e ofereceram o produto para consumo. A comercialização da droga, conforme o MPE, foi realizada, inclusive, dentro da Cadeia Pública de Nova Mutum e em uma escola da cidade de Nova Ubiratã.

Os entorpecentes, segundo o Ministério Público, eram adquiridos em Cuiabá e Sorriso e guardados em um depósito que funcionava dentro de estabelecimento comercial, na cidade de Nova Ubiratã. O local era utilizado como ponto de encontro dos traficantes que, sob o pretexto de cortar o cabelo, se reuniam para preparar e combinar a venda dos entorpecentes. Para isso, menores eram cooptados para fazer a distribuição.

As porções de droga, conforme o MPE, eram embaladas e preparadas em pequenas trouxas amarradas com fio dental e comercializadas a R$ 20, R$ 30 e R$ 50. Existia, ainda, a opção por porções maiores, denominadas “Caixa”, cujo valor era de R$ 200.

Conforme o Ministério Público, a "quadrilha começou a ser desbaratada com a operação Pistolagem em Neve Branca” realizada pela Polícia Judiciária Civil em parceria com a Polícia Militar. Foi constatado, durante as investigações, que a associação criminosa era chefiada pelos vereadores Reinaldo de Freitas e José Itamar Marcondes. Além deles, também foram denunciados Geovane Melo Silva, Alessandro Almeida Miranda, Iago Vinícius de Santos Silva, Neimar Gilberto Sousa Rosa, Walter Djones Rapuano e Antonio Lenoar Martins".

Outro lado
O vereador Reinaldo Freitas disse, na delegacia em Sorriso, que "nunca se envolveu" com tráfico de drogas. "Tenho feito é arrumar internação para estas pessoas (dependentes químicos). Não tenho envolvimento nenhum". Freitas disse que pessoas presas em Ubiratã foram "lapidadas pela Polícia Militar para que eles incluissem meu nome e do vereador Itamar", acusa.  Ele também acusou um sargento, um cabo e um soldado da PM de tentar incriminá-lo porque alega que os denunciou por condutas que estariam tendo em Nova Ubiratã de supostos abusos, "propinas, envolvendo tráfico, festas, tiros na avenida com pistola e policial fazendo cavalo de pau. Eu denunciei. Levei ao conhecimento da Secretaria de Segurança em Cuiabá", aponta.

O vereador José Itamar Marcondes também negou as acusações. "Há 9 meses vereador Freitas denunciou a propina contra alguns policiais militares. Depois que vereador denunciou, não tivemos mais paz. Teve carro me seguindo. Eles envolveram até o pescoço. Estamos aqui hoje (delegacia) para provar nossa inocência. Vamos provar porque não devemos. Eu estava saindo para trabalhar. Eu pegou às 5h e largo a meia noite", disse. "Nunca conversei com esse menino (que foi preso por envolvimento com drogas e que teria acusado os veradores). Tem alguém por trás, também. A verdade vai vir. Tenho certeza que Deus é maior e vai mostrar a realidade", afirmou.  "A arma foi encontrada na minha casa. Não tenho porte e fui sincero", disse.

O advogado João Carneiro Neto disse, ao Só Notícias, que está acompanhando o trabalho do GAECO. "O que aconteceu e por que da prisão preventiva dos vereadores não tem nada relacionado com a câmara municipal de Nova Ubiratã. As acusações são contra os dois vereadores e não contra o poder legislativo. O presidente da câmara também está se inteirando dos fatos para se posicionar oportunamente quanto as providências que devem ser tomadas na esfera legislativa", declarou.

( Vereadores Freitas e Itamar  e policiais do GAECO  –   atualizada às 10:32h )


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