Dois dos oito envolvidos no roubo de duas aeronaves do aeródromo de Santo Antônio do Leverger (34 km de Cuiabá) já estão presos em Cuiabá. Ambos podem ter ligações com uma quadrilha especializada no roubo de aviões destinadas ao tráfico internacional de drogas e que seriam entregues na Bolívia. Os homens identificados inicialmente como “Gugu” e “Júnior Batman”, são moradores do bairro Parque Cuiabá, onde teriam sido presos. A dupla teria sido enganada pelos membros da quadrilha, que não pagaram a eles o combinado após o roubo ocorrido em 29 de novembro do ano passado.
Os dois podem ter participado do roubo a uma aeronave no dia 6 de abril no município de Novo Progresso, no Pará, já que teve as mesmas características. A aeronave caiu e dois ocupantes morreram: o boliviano Hector Suarez Basadre, 38, que pilotava o avião, e Carmo Estevan de Oliveira. Três outros membros do grupo que fugiram de carro estavam sendo procurados pela polícia do Pará. Dois deles seriam os homens presos em Cuiabá que fugiram para Mato Grosso após o cerco policial no Estado vizinho.
A Polícia Civil de Mirassol do Oeste (300 km de Cuiabá) também investiga a possibilidade do grupo ser o mesmo que no final de março roubou dois monomotores do aeroporto da cidade, localizado a 5 km da sede do município. Inicialmente, a polícia trabalha com a hipótese do roubo ter sido praticado por quatro pessoas membros de uma quadrilha internacional que destina as aeronaves para uso no tráfico de drogas. Em 10 minutos os aviões roubados já estariam em solo boliviano, graças a proximidade com a fronteira.
No aeroporto estava apenas o vigia que, sem qualquer arma, foi rendido facilmente pelos assaltantes. Em depoimento à polícia, o vigia afirmou que não ouviu nem mesmo a voz dos assaltantes e não sabe nem mesmo se eles falavam português. Haviam outras três aviões no local.
No roubo de Santo Antônio, o vigilante que foi rendido e agredido confirmou que um dos assaltantes falava castelhano. Eram oito homens armados com revólver e pistolas e um estava encapuzado.
O grupo retirou combustível de outras aeronaves e pegou as mais novas. Por volta das 3h30 da madrugada os criminosos levantaram vôo, cada uma delas com quatro tripulantes. Um dos homens que teria dado apoio ao grupo e que chegou de carro por pouco não foi preso no Parque Cuiabá, poucos dias depois.