O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Célio Wilson, confirmou ontem que dois integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa responsável por uma série de atentados terrorista e rebeliões em São Paulo, nos últimos 3 dias, estão cumprindo pena na penitenciária Ferrugem em Sinop. São Fausto Fernandes Durgo Filho, o Faustão, e Lamarque Silva Peixoto. Os dois vieram transferidos do presídio Pascoal Ramos, de Cuiabá, há cerca de quatro meses. A transferência da dupla foi uma estratégia da Sejusp para desmantelar o PCC em Mato Grosso, segundo Célio Wilson. O secretário também afirmou que Mato Grosso ainda abriga outros detentos do PCC nos presídios estaduais.
Faustão foi preso por prática de diversos assaltos em Cuiabá, entre eles um na loja da Vivo Celular e outro numa Caixa Econômica Federal em que uma pessoa morreu.
Lamarque chegou do Mato Grosso do Sul há um ano transferido por ser líder de motins no estado vizinho. Ficou inicialmente no Pascoal Ramos e depois veio para Sinop.
O diretor adjunto da penitenciária Ferrugem, João Paulo Martinez, disse que apesar dos ataques e rebeliões comandados pelo PCC em São Paulo os dois detentos ligados à facção não houve nenhuma alteração no presido em Sinop. Martinez explicou ao Diário Regional que os presos não têm contatos externos. Não existe telefone, televisão nem rádio na penitenciária.
Outro fato que dificultaria o envolvimento dos detentos de Sinop com possíveis rebeliões segundo Martinez é que Faustão e Lamarque estão isolados dos demais detentos no raio vermelho. local destinado aos presos de maior periculosidade menos cheio que as outras alas da penitenciária.
Em Cuiabá a polícia está em alerta No Pascoal Ramos uma provável rebelião foi descoberta. Policiais detectaram que o sentenciado Sandro da Silva Rabelo, vulgo “Sandro Louco”, seria um representante do PCC e articulava o motim, com ordens vindas de líderes de São Paulo. Os oficiais perceberam as intenções de Sandro na quinta-feira (11), quando viram muita comida e água armazenadas na cela do detento, e ele acabou transferido para Água Boa. Ele cumpre pena de 70 anos de reclusão.
Com a transferência ele perdeu o controle sobre os presos, ficando praticamente isolado. Além de Sandro Louco, Faustão e Lamarque, o detento Márcio Lemes da Silva, o Marcinho do PCC, também cumpre pena em Mato Grosso.