Divulgados hoje diálogos de conversas telefônicas gravadas pelo Ministério Público
de presos na Operação Termes.Luís Antônio França Escobar, apontado como um dos chefes da quadrilha pergunta se Rodolfo tem uma ferramenta, uma furadeira daquelas que Rodolfo usa (revólver), vai levar Dulce para matrícula depois tem que resolver isso. Escobar quer conversar pessoalmente com Rodolfo.
Escobar- Negócio é o seguinte. Eu tinha um negócio pra resolver lá, dois que eu, eu peguei lá uns negócio lá.
Rodolfo- Uhum.
Escobar- E aí eu, aí eu fui ver aquela, uma ferramenta lá, mas é… tá faltando uns rebite lá daquele, não sei se você tem sobrando daqueles rebite daquela furadeira, entendeu?
Rodolfo- Uhum.
Escobar- Que cabe naquela furadeira.
Rodolfo- Ah, é aquela broca lá, daquela que você usa na sua casa?
Escobar- Não, não. É a outra, dessa mesma sua aí, que que (é interrompido)
Rodolfo- Ah, tem tranqüilo. Tem. Aqui em casa tem aquela outra lá, tem.
Escobar- Ah tá, que precisa, precisa ser dessa aí. Tem que ser, ela é mais forte, aguenta mais, não quebra fácil. Entendeu? É que eu vou ter que, eu vou lá, vou comandar o negócio, entendeu?
Rodolfo- Você tá aonde?
Escobar- Eu to aqui no centro aqui.
00:01:16 … 00:01:29
Escobar- E daí eu vou lá em casa só preparar tudo pra mim poder ir pra lá, entendeu? Que aí eu vou dar uma, vou dar uma (é interrompido)
Rodolfo- Vê aí. Aonde que a gente, aonde que a gente encontra?
Escobar- Pode ser em frente à “palavra incompreensível” sua aqui.
Rodolfo- Aí tá ótimo. É só falar a hora que, que eu to lá, ué.
Escobar- Ah, beleza então. […] daí a hora que eu tiver já no jeito, faltando uma meia hora mais ou menos, aí da tempo de você chegar daí até aqui, né? Em meia hora.
Rodolfo- Tá tranquilo. Eu já fico pronto. É só você me falar que eu já vou.
Escobar- Beleza então. É que daí eu vou… o negócio é o seguinte: se num, se num for junto pra ver o que o pessoal, o pedreiro vai fazer esse negócio aí, você tem que participar também, dar uma ajuda, porque se não, não sai o serviço, entendeu?
Rodolfo- A gente conversa aí.
Escobar- Beleza então.
Escobar diz que precisa de uma máquina (arma), uma ferramenta. Rodolfo diz que está na mão, Escobar diz que precisa de uma mais lenta (revólver), que o pessoal não se deu bem com a que Rodolfo tem (pistola), muito rápida. Escobar diz que precisa até 16h, para poder fazer (homicídio), Rodolfo diz que tem combustível (munição), oferece para Escobar. Rodolfo está no CPA II, na obra da casa da mãe, Escobar pergunta se o Marcelo tem a ferramenta, Rodolfo não sabe se vai poder pegar, mas oferece um galão (caixa) de combustível (munição), quer saber onde vai passar para Escobar. Rodolfo diz que na hora do almoço vai para casa e pega, na volta já vai estar com ele. Escobar então só vai atrás da ferramenta (revólver), não vai se preocupar com o combustível (munição).
Escobar- O compradre.
Rodolfo- Opa. E aí meu camarada.
Escobar- Escuta. É eu precisava duma, da, duma, duma, uma máquina hoje aí, uma ferramenta, mas o…
Rodolfo- Tá na mão ué.
Escobar- Mas aquela lá é, aquela lá já num, o pessoal fez um serviço lá, não se deu bem com ela não, furou a parede, é, é muito rápido, o né? Eu queria uma daquela simples, da mais tranquila, mais lenta.
Rodolfo- Uhum.
Escobar- Você num sabe (é interrompido)
Rodolfo- Você quer, você quer um pouco de combustível?
Escobar- É.
Rodolfo- É, rapaz eu tenho um pouquinho, eu tenho um pouquinho aí num galão ainda.
Escobar- AH TÁ, ENTÃO EU PRECISAVA, TEM QUE SER ATÉ QUATRO HORAS, QUATRO HORAS DA TARDE PEGAR O… ENTENDEU? PRA PRA, PORQUE O, AGORA HOJE DA DA PRA FAZER O, NÉ? E AÍ PRECISAVA ATÉ QUATRO HORAS.
Rodolfo- Não, tranquilo. Tá tranquilo. É, é, eu to aqui no CPA II, to na obra aqui da casa da minha mãe.
Escobar- Ah tá. Será que o MARCELO, o MARCELO não tem a ferramenta? A furadeira dele? Daquela mais lenta, tranquilo, que ele, que…
Rodolfo- Sei, sei. Mas eu não sei se dele tá disponibilizado pra pra fazer isso aí. Eu não sei se ele tá com combustível hein.
Escobar- Ah tá.
Rodolfo- E eu tenho combustível,
Escobar- Ah tá, beleza já.
Rodolfo- Fazer assim. Eu pego, eu pego.
Escobar- Ah tá.
Rodolfo- É é é, como que faz pra passar? Você vai tá aonde, tá de serviço hoje ou não?
Escobar- Não, to saindo agora. Chegando em Cuiabá, chegando aqui na “frase incompreensível”.
Rodolfo- Não, eu providencio isso aí, na hora que você for, hora que você for, é, é, precisar, lá por esse horário eu já to aqui de volta na obra e eu já vou tá com tudo certo.
Escobar- Não, beleza.
Rodolfo- Agora eu vim aqui primeiro, mas eu vou na hora do almoço em casa, volto e já volto e trago tudo.
Escobar- Então, então eu consigo só a ferramenta e já tem o, já tem o, né?
Rodolfo- Já tem o combustível. Eu to com, to com um galão aqui bom.
Escobar- Ah, beleza então.
Escobar diz que Jefferson falou que resolve, fala que o menino está amarelando, pois o negócio está na mão. Escobar diz que Amauri deu 20 rebites (munição) daquela furadeira (revólver) de Farias, mas daqueles comuns.
00:00:00 … 00:03:08
Escobar- O negócio lá, o menino disse que resolve nesse final né? Ele falou.
Farias – Eh né?
Escobar- Ele falou pra você, né?
Farias – O, como chama? O Anderson, né?
Escobar- Não, pô. Jefferson.
Farias – Ah tá. Ele falou que resolve. É, ele falou que resolve.
Escobar- Sabe porque? Eu falei pra ele meter ficha naqueles dois terreninho lá.
Farias – Certo. Ahan.
Escobar- Num tem o negócio dos dois terreninho lá? Vai fazer a corretagem dos dois né?
Farias – É, isso.
Escobar- Eu falei: METE FICHA LÁ, pronto. Tá liberado lá. Falei: mete ficha lá nos dois terreninho.
Farias – É, ele tá preocupado. Ficou preocupado.
Escobar- É. Não, eu mandei uma mensagem meio mal criada pra ele porque ele não me atende né?
Farias – Ah, tá certo. É mesmo (risos). Ele falou.
Escobar- Eu mandei mensagem assim, falei: o que está havendo com você, garoto? Não tá atendendo meu telefone. E o nosso compromisso? Que que foi, tá amarelando? Aí ele, aí ele preocupou, né?
Farias – Aí ele preocupou, né?
Escobar- Falei, aí eu não agüento, né? Não, que eu tenho que botar pressão, porque se não, se não não vira.
Farias – É verdade. Não dá certo não.
Escobar- E o negócio tá na mão ué, né?
Farias – Então.
Escobar- O troço, porque a papelada daquele documento. E o cara fica aí embaçando. Mas beleza então. O seu lá tá certo, né? Você já fez, não tem nada mais pra fazer né?
Farias – Não, já já já
Escobar- É com ele então. Tá beleza então. Qualquer coisa, eu to aqui na… ah, o AMAURI me deu os rebites lá daquela furadeira sua.
Farias – Ahan.
Escobar- Vinte rebites.
Farias – É, parece que ele tinha lá, né?
Escobar- É, mas tudo daquele rebite, rebite aqueles comum, né?
Farias – Eu sei, eu sei, ahan.
Escobar- Aí eu falei, mas tranqüilo. Tá me dando, me presenteando, né?
Farias – Beleza então.
Escobar chama Aluisio, responde que está dormindo. Escobar pergunta a Aluisio se tem ferramenta (arma), responde que sim, mas tem que buscar na casa do pai. Escobar precisa para 16h30-17h. Costa vai buscar a furadeira (arma) então, marcam no Modelo do Aeroporto.
Aluisio – Fala, seu moço.
Escobar- O rapaz, acordei você.
Aluisio – Não, to deitado aqui, to acordado.
Escobar- Ah tá. Não, queria ver com você o seguinte. Eu to precisando duma, duma ferramenta aí, e aí parece que você tinha uma ferramenta, eu precisava dela hoje à tarde.
Aluisio – Uhum.
Escobar- É?
Aluisio – É. Mas é só de noite, que essa ferramente eu tenho que buscar na casa do, do meu pai lá.
Escobar- É, tem que ser, é, é até as cinco.
Aluisio – Até as cinco?
Escobar- Até quatro e meia, cinco horas, né.
Aluisio – Mas que horas, que horas eu passo pra você?
Escobar- É nesse horário aqui mesmo. Quatro e meia, cinco horas, daí eu…dá tempo.
Aluisio – Eu vou tá aqui por Varzea Grande. Vou tá arrumando uns negócio pro meu pai viajar, vou tá por aqui.
Escobar- “frase incompreensível”. Que horas que é agora? Agora é uma e pouco, duas, né?
Aluisio – Não, dá tempo. Meu pai mora aqui, aqui, aqui pertinho.
Escobar- Não, então acho que eu vou lá, vou nessa porra aí agora.
Aluisio – Você tá onde agora?
Escobar- Eu to aqui na minha casa aqui no Boa Esperança. Já saio daqui já, to já… que eu tava vendo em outro lugar, não tava dando certo, aí lembrei.
Aluisio – No Boa, no Boa aí você tá?
Escobar- Lembrei de você aí do, tinha furadeira né? Aí eu falei, vou olhar lá. Se der pra ir aí, já vou aí. Você marca um lugar, vou aí.
Aluisio – Uhum. Não, vem aqui no aeroporto, aeroporto. Modelo do aeroporto.
Escobar- Beleza então. Beleza, eu vou aí.
Aluisio – Que você tá ligado. Eu vou lá no rapaz pegar a furadeira então lá.
Escobar- Beleza então. Eu vou daqui uma meia hora eu to indo lá.
Aluisio – Falou então.
Escobar diz que só depois de 20h30 que o movimento começa. Jefferson diz que está na casa do cara, está esperando chegar lá, pois deixou o revólver na casa dele.
Jefferson – Alô.
Escobar- É, o menino me passou uma, uma informação. É depois da, depois da oito e meia, nove, começa a circular, entendeu?
Jefferson – Hein, olha só. Eu to aqui na casa do cara e eu deixei meu revólver na casa dele aqui e ele não chegou ainda. Eu to esperando ele chegar aqui.
Escobar- Não, não. É, pois é, eu to aqui é das oito e meia à nove. Assim que começar a, o (é interrompido)
Jefferson – Ahan. Eu to aqui na casa do cara. To esperando ele chegar aqui.
Escobar- Ah, beleza. Que nesse horário aí que nós, que aí nós vamos lá também.
Jefferson – Beleza. Falou.
De crucial importância também se revela o diálogo entre o advogado Jeferson e Escobar, quando este último descreve a perseguição ao suposto assassino de seu cunhado e a pessoa conhecida por Baby, que estaria a ameaçar seu outro cunhado, com o intuito de “chaciná-los”. A reforçar o vocabulário utilizado pelos Requeridos, constata-se que Escobar, a certa altura do diálogo, ao descrever a perseguição, depois de ter mencionado que portava uma 9mm, relata que saía no encalço das vítimas, com suas “ferramentas”.
Inicialmente Escobar fala sobre a prisão por porte ilegal de arma de seu cunhado Domingos com o advogado Jeferson, que acompanha o caso. Escobar explica que o rapaz matou seu outro cunhado com um tiro de no peito e já está solto. Escobar diz que há dois meses se converteu para o espiritismo. Escobar diz que esteve na “cola” destes vagabundos para matar por 5 meses, junto com mais pessoas para chacinar. Escobar diz que já matou muita gente.
[…]
ESCOBAR: …Porque esses vagabundinho ai oh, já era para eu ter resolvido esse problema. É porque quando esses canalinhas, desses desclassificados, sabe, porque quando eu estava atrás dele com uma 9mm até na boca, com seis homens atrás dele, por mais de cinco meses procurando esse canalha dos inferno.
JEFERSON: Hun run.
ESCOBAR: E sumiram, evaporaram de Cuiabá.
JEFERSON: Hun run.
ESCOBAR: Certo. Daí falava ta em tal lugar, eu tava na minha casa dormindo uma hora da manhã, duas horas da manhã. O cara falava, Escobar eu acho que ta em tal lugar, daí eu pegava o carro, pá, pegava as ferramentas (armas) lá, entendeu?
JEFERSON: Hun run. Ia atrás.
ESCOBAR: Saia atrás, parava em tal lugar, fechava o negócio lá, ia lá e não era o cara, não sabe…
JEFERSON: Pra fazer o cara, mas não deu certo.
ESCOBAR: Mas pra pegar pra CHACINAR, porque isso pra mim é cafezinho pequeno, rapaz. Eu já fiz muito isso na minha vida, por isso que agora eu eu eu…
JEFERSON: Tá mais calmo.
ESCOBAR: Mudei, mas o que eu tenho eu tenho que pagar, cê sabe que tem que pagar…
JEFERSON: A vida cobra, né. Cê tá vendo ai o Espiritismo, cê sabe que cobra, né?
ESCOBAR: Não, e você não sabe o tanto que eu me aprofundei nas, na ciência…
JEFERSON: É? Então nós vamos conversar pra trocar uma [incompreensível] pra você me contar isso ai.
ESCOBAR: A minha mediunidade é alta demais, por isso que eu tinha que desenvolver, né.[…]
É evidente assim que estavam os Requeridos a tratar dos atos necessários à perpetração de um homicídio. Frise-se ainda que, em princípio, seriam dois crimes, já que mencionam dois endereços .
Já no mês de fevereiro do corrente, as ligações são retomadas, e ainda que não devidamente esclarecidas, parecem estar a ultimar o monitoramento da vítima Rodolfo Silva.
É no dia 29/02008 que Escobar obtém com Moura a munição necessária bem como a arma, através do PRF Aluisio Costa repassando-as para Jefferson, encarregado da execução do homicídio
Escobar está encostando aí, Jefferson está saindo na frente.
Jefferson – Oi, oi.
Escobar- Eu to encostando aí.
Jefferson – Tá, to saindo aqui.
Escobar- Sai na porta aí.
Jefferson – Falou.
Mais tarde, as interceptações demonstram a realização do crime, uma vez que Jefferson dá o retorno a Escobar, e este, de seu turno, repassa a informação recebida através de torpedos aos Requeridos Moura, Aluizio e Farias.
Jefferson diz que deu tudo certinho, conforme combinaram, está tudo tranqüilo. Escobar vai passar amanhã cedo lá, então. Jefferson fala de novo que foi tudo certinho.
Jefferson – Alô.
Escobar- O parceiro, e aí?
Jefferson – Oi.
Escobar- Opa, bom?
Jefferson – Beleza cara. Deu tudo certinho lá, que nem a gente combinou.
Escobar- Ah tá, tranquilo então.
Jefferson – Tudo tranquilo. Aí amanhã você passa lá de manhã, beleza?
Escobar- Ah, amanhã de manhã eu vou lá.
Jefferson – Beleza então. Falou. Até amanhã. Tchau
Escobar- Aí fez os “palavra incompreensível” lá?
Jefferson – Foi tudo certinho, certinho. Falou, tchau.
Índice…………….: SMS
Operação…………..: CURUPIRA4
Nome Alvo………….: Escobar
Fone Alvo………….: 6592181494
Fone Contato……….: 6584040374
Observações………..: EscobarX RODOLFO
Data………………: 29/02/2008
Horario……………: 20:26:19
Conteúdo: PROBLEMA MEU, OK.
Indice…………….: SMS
Operação…………..: CURUPIRA4
Nome Alvo………….: Escobar
Fone Alvo………….: 6592181494
Fone Contato……….: 6592870649
Observações………..: EscobarX Aluisio
Data………………: 29/02/2008
Horario……………: 20:31:39
Conteúdo: BATIZOU.
Indice…………….: SMS
Operação…………..: CURUPIRA4
Nome Alvo………….: Escobar
Fone Alvo………….: 6592181494
Fone Contato……….: 6599722405
Observações………..: EscobarX Farias
Data………………: 29/02/2008
Horario……………: 21:38:38
Conteúdo: PROBLEMA OK.
Indice…………….: SMS
Observações………..: Aluisio X ESCOBAR
Data………………: 29/02/2008
Horario……………: 22:41:51
Conteúdo: Aleluia.
Com a notícia do homicídio veiculada pela imprensa, a esposa de Escobar recomenda que este se livre da arma, tratando-a por “caixa de sapato” (torpedo).
Indice…………….: SMS
Observações………..: DULCE X ESCOBAR
Data………………: 04/03/2008
Horario……………: 10:20:24
Conteúdo: Joga fora aquela cx d sapato
Indice…………….: SMS
Observações………..: EscobarX DULCE
Data………………: 04/03/2008
Horario……………: 10:26:57
Conteúdo: FIQUE TRANQUILA . JA FIZ VARIAS LIGACOES A RESPEITO DESSAS IDIOTISSE.
Em virtude de a Polícia Civil haver empreendido busca em sua residência, Escobar entra em contato com Farias, que estaria com a arma, (índice 5891893 – fl.32), encaminhando-lhe ainda um torpedo muito claro p/ que desse fim àquela.
Indice…………….: 5891893
Data………………: 05/03/2008
Horario……………: 06:49:59
Observações………..: EscobarX Farias #HOMICÍDIO
Transcrição………..:Escobar conta que a polícia está na casa dele dizendo que pegaram o executor do homicídio, que a arma está com ele, inclusive mandou uma mensagem para ele, para ele ler a mensagem depois.
Farias – Fala “palavra incompreensível”.
Escobar- Hein, hein, hein. Negócio o seguinte rapaz. Tá uma palhaçada lá em casa, rapaz. Invadiram minha casa lá atrás de arma, entendeu?
Farias – Ahn?
Escobar- Que eu tinha matado alguém, não sei o que, tal, aí pegou, pegaram o executor. Falou minha esposa que pegaram o executor lá. O executor falou que tinha recebido quatro mil e que a arma estava comigo, não sei o que. Umas palhaçada desgraçada, sabe.
Farias – Ah é?
Escobar- É. Entendeu? Eu tinha até mandado uma mensagem pra você aí. É uma palhaçada. Depois você a mensagem. Uma palhaçada, rapaz. Eles tão lá. A delegada tá lá em casa e tá o maior tumulto lá em casa lá, rapaz. Mandado de prisão, aí pegaram minha arma que eu tinha lá em casa, entendeu?
Farias – Ah tá.
Escobar- Aí falou que a arma tava comigo. Diz que a arma utilizada no crime diz que tá comigo, não sei o que, entendeu? Eles tão atrás dessa arma. Vai vim mais viatura pra dar uma varredura maior na casa ainda. Mais pessoal pra dar varredura maior na casa atrás dessa arma.
Farias – Ah é?
Escobar- É.
Farias – Ah tá.
Escobar- Entendeu?
Farias – Tá beleza.
Escobar- É é é, diz que pegaram o executor já. Tem executor nenhum rapaz, mandei fazer porra nenhuma. Não tenho nada a ver com isso.
Farias – Ah é?
Escobar- É. E aí, e aí eu falei: mas rapaz, aonde vai o negócio. Quando foi pra prender o vagabundo que matou meu cunhado… quando é pra acusar os outros, invadir casa, diz que já tem a prova porque pegaram diz que o executor. Não sei nem que é esse executor aí, que diz os caras que executaram, né. Pegaram os caras que executaram, não sei o que.
Farias – Ah tá.
Escobar- Entendeu? Tá beleza então.
Farias – Tá beleza.