Os nove detentos do presídio Major Eldo Sá, mais conhecida como “Mata Grande”, em Rondonópolis, envolvidos na operação “Adrenalina”, foram isolados e serão transferidos de imediato. Conforme o delegado Everson Aparecido Contelli, a intenção é impedir que fomentem motins, a exemplo dos que já ocorreram este ano em Manaus (AM), Boa Vista (RR) e Natal (RN) e também não atuem mais para fortalecer o crime com esses golpes por telefone. “Não sabemos ainda para onde vão”, afirma.
Balanço parcial da operação, feito ontem à tarde, confirma 12 prisões e o cumprimento de 21 mandados de busca e apreensão, nos quais foram resgatados 125 objetos, entre celulares, notebooks e documentos comprobatórios do esquema dos presos estelionatários e também lavagem do dinheiro “arrancado” das vítimas desavisadas, que caíram no golpe.
Foram apreendidas também dez munições e sete celulares nas mãos de presos da Mata Grande, no Raio 3, onde estavam os nove acusados.
O delegado avalia que a divulgação desta operação pode animar vítimas que ainda não notificaram o crime a fazer isso. “É importante para as forças policiais que façam isso”, argumenta.
Segundo ele, dos mais de 800 lesados, de oito estados e também do Distrito Federal, há os que não denunciam que foram vítimas porque sentem vergonha ou medo. O delegado descarta que o golpe esteja sendo praticado de dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE), onde também estão presos considerados de alta periculosidade em Mato Grosso. “Temos um suspeito lá, mas ele não é alvo desta primeira fase da investigação”, afirma Contelli.
Destaca também atuação na Penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira, o “Ferrugem”, Sinop.
Nesta primeira fase, a operação foi desencadeada em cinco cidades de Mato Grosso, sendo Cuiabá, Rondonópolis, Sinop, Campo Verde e Cáceres. As investigações continuam e, em uma segunda fase, outros envolvidos podem ser alvos da polícia.