Detentas do presídio Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, fizeram um agente de segurança refém e deixaram cerca de 50 visitantes, entre eles crianças e idosos, retidos em celas dos 5 raios da unidade durante, ontem. A ocorrência teve início às 16h e permanece, esta manhã. As mulheres estavam armadas com chuços e barras de ferro. A ação tinha como principal reivindicação a mudança da atual diretoria do presídio, como também melhora no tratamento aos visitantes, já que segundo familiares, frequentemente são registradas humilhações no momento das revistas.
Durante o motim as presas gritavam por socorro e batiam objetos nas grades das celas. Devido a gravidade do problemas, foi necessário auxílio da Polícia Militar, Batalhão de Operações Especiais (Bope), Serviço de Operações Especiais (SOE), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Corpo de Bombeiros e profissionais do Batalhão da Ronda Tática Ostensiva Móvel (Rotam).
Segundo relato de uma detenta, dois agentes foram feitos reféns, por volta das 16h. Familiares, que se encontravam nas celas para visitar as presas, também foram trancados. Devido a ocorrência, forças policiais foram acionadas e iniciou-se negociação. Após horas de conversas, um agente foi solto. Ele apresentava escoriações na cabeça e foi atendido por profissionais do Samu.
Duas ambulâncias foram disponibilizadas para a ocorrência, já que havia risco das pessoas serem feridas. Por volta das 19h, familiares que estavam retidos no raio 3 também foram soltos. As pessoas deixaram o local bastante apreensivas e chorando. Chegou-se a afirmar que o caos estava instalado no interior da unidade. "Aqui dentro somos sempre humilhadas, principalmente as presas que são mais velhas. A cadeia está tomada e nós queremos melhorias", disse uma das detentas em conversa pelo celular com a reportagem.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), por meio da assessoria de imprensa, na manhã de ontem, duas mulheres foram detidas tentando entrar na unidade com entorpecentes. A intenção era levar a droga até o raio 4, local onde iniciou-se o motim. O órgãos estadual informa que as ações de fiscalização estão sendo intensificadas em todas as unidades prisionais de Mato Grosso.