A Polícia Federal continua fazendo a Operação Fidare, iniciada essa manhã, para prender 47 pessoas, por ordem judicial, fazendo buscas e apreensões em empresas envolvidas em esquemas fraudulentos de remédios de programas do governo federal. Ainda não foi divulgado quantos envolvidos não foram presos. Três ex-secretários de Saúde em Cáceres são investigados. Dois estão presos, e outro, foragido.
Uma fonte da PF em Cáceres informou, ao Só Notícias, que a vice-prefeita, Antonia Dias, e o ex-prefeito Tulio Fontes foram conduzidos à delegacia, com mandados coercitivos, prestaram esclarecimentos a um delegado e foram liberados. A PF informou que Tulio prestou esclarecimentos na condição de testemunha. Os federais grampearam conversas da vice-prefeita e, com seu depoimento, buscam esclarecer alguns fatos.
Na lista dos presos estão donos de distribuidoras de medicamentos, farmácias e servidores públicos. Em Sinop, teriam sido três pessoas mas a Polícia Federal não informou nomes. Os acusados foram recambiados para Cuiabá, onde também houve prisões de servidores. Houve mais prisões em três cidades de Goiás.
O esquema fraudulento iniciou há 2 anos e podem ter sido roubados cerca de R$ 2,5 milhões. O delegado Adriano Rodrigues Junqueira explicou, em entrevista coletiva, em Cuiabá, que as empresas forneciam os remédios requeridos pela prefeitura de Cáceres sem qualquer processo de licitação, depois era feita licitação fraudulenta e direcionada para as empresas fornecedoras, que recebiam dinheiro mas não entregavam medicamentos para serem distribuídos nos postos de saúde e polinclinicas. “As empresas já tinham um esquema entre si e dividiam os lotes entre si, para não ter concorrência. Na hora da licitação, as ‘concorrentes’ elevavam os preços para que uma só ganhasse”, explicou Junqueira.
A Secretaria de Saúde comprava fiado os medicamentos, produtos hospitalares e odontológicos de uma das 15 empresas de Mato Grosso e de Goiás, participantes do esquema.
Segundo procurador da República, Thales Fernando Lima, “ o prejuízo para a sociedade de Cáceres é incalculável. Os postos de saúde do município chegaram a ficar sem medicamentos básicos, como soro fisiológico”, afirmou o procurador da República Thales Fernando Lima, que participou da investigação.
São quinze empresas investigadas. Os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de desvio de verbas públicas, fraudes a licitações, corrupção ativa e passiva, falsificação de documento, organização criminosa e crime contra a ordem econômica.
A Controladoria-Geral da União (CGU) apura o destino dos recursos, segundo o coordenador de Operações Especiais da CGU, Israel Carvalho.
Em instantes, mais detalhes.